Global Forum - Fronteiras da saúde

A saúde na UTI:


A saúde na UTI: Como promover atendimento, tratamento e ainda fechar a conta dos serviços de saúde? 


 
Mediado por Marcelo Caldeira Pedroso - Coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos no setor de Saúde (FEA/USP), o painel contou com a participação de Henrique Neves - Diretor Geral da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e Antonio José Rodrigues Pereira - superintendente do Hospital das Clínicas (HC-FMUSP). A complexidade do sistema e a perspectiva do hospital como centro da assistência, e a inovação aberta foram o ponto de partida do debate. 
Tanto Henrique Neves, como Antonio José Rodrigues salientaram a importância de se trazer pessoas de fora do sistema de saúde para gerar inovação no ambiente hospitalar, especialmente no que tange aos modelos de gestão que proporcionem um melhor custo-efetividade para o sistema como um todo. Porém, isso passa pela mudança da cultura organizacional e precisa obrigatoriamente envolver o corpo clínico, equipe multiprofissional e os pacientes. Henrique Neves disse ter uma visão otimista, apesar da complexidade e da dificuldade da integração entre os setores público e privado.  “Há uma pressão pela desospitalização e dentro do ambiente hospitalar privado ganha quem oferecer mais conveniência, maior agilidade, menor custo e melhor experiência digital para o paciente. Por mais que a saúde suplementar esteja na UTI, está se vivendo um processo profundo e longo de transformação do setor e o hospital tem de participar desse sistema integrado de cuidado da saúde”, salientou o gestor.  
Respondendo aos questionamentos da plateia, Henrique mencionou a reivindicação dos hospitais de excelência sobre as mudanças no modelo de atuação filantrópica junto ao Proadi-SUS, frisando que os usuários do SUS seriam os mais prejudicados, caso os projetos atualmente existentes sejam descontinuados. “Saúde não tem preço, mas tem custo”, frisou Antonio José Rodrigues, que considera a inovação uma potencial ferramenta para ampliar acesso da população que realmente necessita de uma atenção terciária à saúde. 
O superintendente do HC chamou a atenção para o impacto que a crise econômica e o desemprego trouxeram ao sistema público de saúde.  “Ao analisarmos a jornada do paciente dentro do sistema, percebemos que ela não faz sentido. Isso porque com taxa de desemprego de 12%, essas pessoas que perderam o plano de saúde migraram para o público. Houve um crescimento 
de 45% de pacientes no SUS , enquanto o privado caiu 17%.Daí a necessidade de integração entre os dois setores para que tenhamos um sistema único de saúde exemplar e sustentável”