Dados do Trabalho


Título

EXISTE ALGUM PAPEL PARA A TERAPIA ADJUVANTE APOS A METASTASECTOMIA NO CANCER RENAL? ? RELATO DE CASO

Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões

Apresentação do caso
Paciente 64 anos, masculino, dislipidêmico, ECOG 0, com história de detecção de tumor em rim direito em exames de rotina em 2011. Foi submetido em março de 2011 a nefrectomia parcial à direita, com identificação de carcinoma renal de células claras com 3,2cm de diâmetro (pT1a), grau histológico 2, limitado ao parênquima, com cápsula renal e gordura peri-capsular livres de neoplasia e margem cirúrgica coincidente com a neoplasia.
Paciente permaneceu em seguimento regular desde então. Em dezembro de 2019 foram detectados dois nódulos intramusculares na parede abdominal à direita em ressonância de abdome de seguimento, cuja biópsia confirmou recidiva de carcinoma renal. Sem evidência de outros focos de recidiva ou alterações em exames laboratoriais. Diante de paciente com carcinoma renal de células claras (baixo risco pelo escore MSKCC) com recidiva tardia localizada, foi optado por metastasectomia. Realizada ressecção de nódulos intramusculares com margens livres. Paciente avaliado por equipe de Oncologia, e frente ao cenário de carcinoma renal recidivado livre de doença após metastasectomia, foi indicado seguimento, sem tratamento sistêmico complementar.
Discussão
O carcinoma de células renais (CCR) corresponde a 3% de todos os tumores malignos e sua incidência tem aumentado a cada ano.
Cerca de 30% dos pacientes apresentam tumores metastáticos ao diagnóstico e até 50% das neoplasias iniciais recorrem após tratamento curativo. Mesmo com os grandes avanços no tratamento do câncer de rim, pacientes com tumores estádio IV apresentam sobrevida em cinco anos de apenas 20%.
Em pacientes selecionados com CCR metastático, a ressecção cirúrgica de focos metastáticos é uma opção de tratamento que pode resultar em ganho de sobrevida livre de doença a longo prazo. Estudo demonstrou que a taxa de sobrevida global em cinco anos foi maior nos pacientes tratados com metastasectomia com intenção curativa (44 versus 14 e 11%, respectivamente).
Entre os pacientes com doença oligometastática sincrônica ou metacrônica, não há papel estabelecido para o uso da terapia adjuvante após a metastasectomia com base nos dados disponíveis atualmente.
Conclusão
A ressecção de metástase em portadores de CCR tem impacto favorável no tratamento de câncer de rim metastático e não há benefício do tratamento adjuvante nesse cenário.

Palavras Chave

Cancer renal; Metastasectomia; Tratamento adjuvante

Área

Câncer de Rim

Instituições

A Beneficência Portuguesa de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Ana Carolina Silva Barbosa, Feflipe Moraes Toledo Pereira, Fernando Coitat Maluf, Rachel Junqueira Bruzadelli Macedo