Dados do Trabalho


Título

LOGISTICA N PROCESSO TERAPEUTICO MULTIDISCIPLINAR DO PACIENTE COM CANCER DE BEXIGA MUSCULO-INVASIVO TRATADO NO SUS NA REGIAO DO ABC PAULISTADO

Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões

INTRODUÇÃO
O tratamento do Câncer de Bexiga Músculo Invasivo (MIBC) gera grande impacto socioeconômico e está relacionado a alta complexidade (1). A Cistectomia Radical (CR) com ou sem neoadjuvância é tratamento padrão para MIBC. (2)
Este estudo tem como objetivo avaliar os tempos decorridos entre as distintas etapas terapêuticas do paciente com MIBC durante o processo de implementação do projeto de centralização e coordenação do cuidado ao paciente com MIBC - Cabem Mais Vidas da Disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina do ABC (CABEM), que permitiu o início da neoadjuvância para estes pacientes do SUS.
MÉTODOS
Entre 09/2018-02/2020, foram coletados prospectivamente dados epidemiológicos e características clínicas dos pacientes portadores de MIBC tratados no CABEM. Foram computadas as seguintes datas: diagnóstico de Câncer de Bexiga, diagnóstico de MIBC, data da primeira consulta no CABEM, data de início de QtNeo e data da CR.
RESULTADOS
No período estudado, 53 pacientes, com média de idade 67,6 anos, foram encaminhados ao CABEM (56%H, 56% MIBC de novo e 44% MIBC progredindo de NMIBC). A média de RTUb entre os pacientes com progressão da doença foi de 3,13 enquanto em pacientes com MIBC de novo foi 2,2. 47% dos pacientes admitidos foram submetidos a CR, destes 48% completaram QtNeo. O tempo médio entre o diagnóstico de MIBC e a admissão no CABEM foi de 153,7 dias. Entre Setembro/2018-Maio/2019, o tempo médio entre a primeira consulta e a CR foi de 115,31 dias e o tempo até QtNeo foi de 70 dias; já na segunda metade da implementação do CABEM (Jun/19-Jan/20) o tempo até CR foi de 49,5 dias e o tempo para QtNeo foi de 32 dias.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO:
O tempo entre o diagnóstico e tratamento de pacientes candidatos a CR é fator decisivo no processo de cura. A demora para o diagnóstico de câncer de bexiga, entre o diagnóstico de MIBC e admissão ao CABEM (5 meses) e o elevado número de pacientes com MIBC de novo (56%) são reflexos do complexo cenário no qual os pacientes dependentes do SUS se inserem. Os tempos para QtNeo e CR no período estudado foram compatíveis com dados da literatura em países desenvolvidos, embora ainda em processo de otimização. (3, 4). O esforço para centralização e coordenação do cuidado ao paciente com MIBC, a exemplo do que ocorre em países desenvolvidos, é primordial para otimização dos tempos para tratamento e melhoria nos desfechos.

Palavras Chave

Cancer de Bexiga, Cistectomia Radical, Quimioterapia,

Área

Câncer Bexiga

Instituições

Faculdade de Medicina do ABC - São Paulo - Brasil

Autores

Frederico Timóteo, Fernando Korkes, Willy Baccaglini, Matheus Nascimento, Camila Monteiro, Marcel Aranha Silveira, Eduardo Ferreira Pedroso, Sidney Glina