Dados do Trabalho
Título
METASTASE ESPLENICA ISOLADA DE CARCINOMA DE CELULAS RENAIS - RELATO DE CASO
Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões
Apresentação do caso: E.M., 70 anos, sexo masculino, antecedente de neoplasia de úmero (Tumor de células gigantes) com metástase pulmonar, tratado com amputação do braço, clavícula e escápula esquerda associada à quimioterapia, além de carcinoma de bexiga, sem recidiva. História de dor lombar esquerda associado a episódios de hematúria há 5 meses, trazendo consigo tomografia evidenciando um processo expansivo no rim esquerdo, heterogêneo, medindo 4,5x3,6cm, com realce pelo contraste. Além disso, presença de nódulo esplênico adjacente. Submetido à nefrectomia parcial esquerda associado à esplenectomia total. O resultado da biópsia mostrou histologia compatível de carcinoma de células renais do tipo células claras, grau III de Fuhrman, com metástase secundária em tecido esplênico. Paciente em acompanhamento clínico, assintomático, livre de recidiva tumoral até o momento.
Discussão: A frequência de metástases esplênicas sincrônicas é rara. A resistência do baço à implantação dessas metástases é atribuída a suas características anatômicas, funcionais e imunológicas, como a raridade de vasos linfáticos aferentes ao baço, presença de cápsula e a ejeção de células malignas pelas contrações rítmicas da arquitetura sinusoidal do órgão. Na revisão de SOARES e col., constataram metástases esplênicas em apenas 2,13% dos portadores de neoplasias sólidas primárias, sendo o estômago o sítio primário mais frequente, não sendo verificada metástase de origem renal no estudo. O diagnóstico geralmente é feito por imagens radiológicas. No paciente em estudo, o diagnóstico do comprometimento esplênico foi assim obtido, durante investigação de tumor renal. Quando há metástases restritas ao baço, a esplenectomia, associado à cirurgia da neoplasia primária oferece melhores resultados e maior sobrevida a esses pacientes. Neste caso, o paciente apresentava tumor renal com metástase do baço isolada, sendo optado pela nefrectomia parcial esquerda associado à esplenectomia. Paciente evoluindo com excelente resultado pós-operatório, justificando, assim, a realização da esplenectomia, pela simplicidade de sua execução e pela sobrevida livre de doença.
Comentários finais: Metástases esplênicas solitárias, oriundas de carcinoma de células renais são raras, diagnosticadas por exames radiológicos na investigação do tumor primário. A esplenectomia realizada em conjunto com cirurgia do tumor primário oferece expressivo ganho da sobrevida.
Palavras Chave
Metástase esplênica, carcinoma de células renais; esplenectomia
Área
Câncer de Rim
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - Mato Grosso do Sul - Brasil
Autores
CARLOS EGYDIO FERRI CARMO, JOÃO ALEXANDRE QUEIROZ JUVENIZ, WILLIAM TAVARES REIS, FABIANO ROBERTO FUGITA, PETERSON VIEIRA ASSIS, FERNANDO COUTINHO PEREIRA, DOURIVAL MAGNANI JUNIOR, HENRIQUE RODRIGUES SCHERER COELHO, MILTON GARCIA LEAL JUNIOR