Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA RENAL MUCINOSO DE CELULAS TUBULARES FUSIFORMES EM GESTANTE – RELATO DE CASO E REVISAO DE LITERATURA

Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões

CASO CLÍNICO: MJSRP, 34 anos, obesa mórbida, foi encaminhada devido achado ultrassonográfico de nódulo em polo superior do rim esquerdo, na 19ª semana gestacional, o qual foi confirmado pela Ressonância Nuclear Magnética (RNM) de Abdômen medindo 77 x 63 x 63 mm, com possibilidade de Carcinoma de Células Renais (CCR). Submetida à Nefrectomia Radical a Esquerda, com acesso subcostal, na 26ª semanas de gestação. Com boa evolução pós-operatória do binômio materno-fetal, recebeu alta hospitalar no 4º dia pós-operatório. O resultado do anatomopatológico foi Carcinoma Renal Mucinoso de Células Fusiformes e Tubulares. A gestação teve seu término na 36ª semana, sem intercorrências materno-fetal. Paciente em seguimento de 2 anos sem sinais de recidiva tumoral. DISCUSSÃO: O CRMCTF é um tipo de neoplasia rara e recentemente descrita, variante do CCR papilar, mas com diferenças morfológicas e imunohistoquímicas. Morfologicamente apresenta importante expressão de marcadores dos túbulos proximais, sugerindo o CRMCTF ser um CCR com diferenciação tubular proximal. Possui crescimento indolente, sendo considerado tumor de bom prognóstico, porém, podendo evoluir com recidiva local e metástase. O diagnóstico na gestação de tumor renal se deve ao uso rotineiro da Ultrassonografia. Tomografia Computadorizada de abdômen é o exame-padrão ouro, porém durante a gestação é optado pela RMN devido às menores taxas de teratogenicidade para o feto. Cirurgia é o tratamento padrão, sendo passível de realização em todos os trimestres. Tumores descobertos no 1º trimestre não devem ter a cirurgia adiada. O desenvolvimento fetal pode ser afetado pelas drogas anestésicas em todas as fases da gestação, principalmente entre os primeiros 15-60 dias, quando a embriogênese tem alterações mais significativas ao feto se afetada. A Abordagem cirúrgica no 2º trimestre de gestação é controversa, podendo ser optado pela cirurgia após o parto quando o diagnóstico for 2º trimestre tardio ou pela abordagem cirúrgica imediata após diagnóstico. Cirurgia após a 28ª semana tem como vantagem a maturação pulmonar fetal adequada, e como desvantagem, o maior risco de parto prematuro. Durante o 3º trimestre, a abordagem pode ser realizada logo após o parto em procedimento único ou em procedimento isolado pós-natal. CONCLUSÃO: O tratamento do CCR durante a gravidez permanece um desafio para a equipe assistente, devendo ser individualizado, multidisciplinar e a ressecção cirúrgica ser a base do tratamento.

Palavras Chave

Área

Tumores Raros

Instituições

HOSPITAL REGIONAL DE PRESIDENTE PRUDENTE - São Paulo - Brasil

Autores

THIAGO MILANI DA COSTA, OSCAR RUBINI AVILA, ARNALDO LUIZ FLÁVIO SCHAEFER, JOÃO LUIZ GOMES PARIZI, MATHEUS CARPENEDO FRARE, FERNANDA MELLO TAVARES