Dados do Trabalho


Título

TUMOR ADENOMATOIDE INTRATESTICULAR: DISCUSSAO DE CASO CLINICO EM LOCALIZAÇAO INCOMUM

Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões

Apresentação do Caso
FPS, 31 anos
Proveniente de Campinas
Dor testicular esquerda há cerca de 9 meses associada a nodulação
Nega trauma local prévio
AO EF: presença de lesão endurecida no terço inferior do testículo esquerdo e dolorosa a palpação
Marcadores: Beta-HCG 1,2; AFP 1,0; DHL 230
USG: Imagem nodular ovalada, hiperecogênica, com fluxo ao Doppler no polo inferior do testículo esquerdo de 1,7 x 1,8 cm
RNM: Nódulo sólido em polo inferior do testículo esquerdo, bem delimitado, com realce heterogêneo pelo contraste de 2 x 1,8 cm, de aspecto neoplásico; ausência de linfonodomegalia
Realizado orquiectomia esquerda por via inguinal
Anatomopatológico: Tumor Adenomatoide medindo 2,2 cm em testículo esquerdo.
Imunohistoquímica: Expressão para citoceratina, calretinina e WT-1 indica a origem mesotelial, achados consistentes com tumor adenomatoide.
Discussão
Os tumores paratesticulares representam 5% das neoplasias intraescrotais, sendo que a maioria (75%) são benignos. O tumor adenomatoide é o mais comum, representando 30% de todas as massas paratesticulares.
O local mais frequente dos tumores adenomatoides é o epidídimo. Outros locais descritos para o sexo masculino são o cordão espermático, as túnicas testiculares, ductos ejaculatórios, próstata e suprarrenal.
A histogênese permaneceu controversa durante muito tempo, sendo que atualmente é aceito pela maioria da comunidade científica médica uma origem mesotelial, suportada pelo padrão da avaliação imuno-histoquímica e por estudos de ultraestrutura celular (microscopia eletrônica). Histologicamente as células podem formar 3 padrões básicos: tubular/pseudoglandular, cordonal e em ninhos; podem ser epitelioides ou endotelioides, tendo núcleos regulares com pequeno nucléolo e citoplasmas eosinófilos ou vacuolizados, podendo assumir uma morfologia de tipo anel de sinete.
A imuno-histoquímica demonstra positividade para marcadores epiteliais como pancitoqueratinas e antígeno de membrana epitelial (EMA), para o marcador mesenquimatoso vimentina e para marcadores associados ao mesotélio como calrretinina, podoplanina (D2‐40) e tumor de Wilms 1 (WT1); existe negatividade para Ber‐Ep4 (marcador relacionado com alguns carcinomas), marcadores vasculares (tal como fator VIII, CD31 e CD34), alfa‐fetoproteína e alfa‐inibina. Este padrão de marcação é importante para o diagnóstico diferencial, o qual é feito essencialmente com tumores vasculares, tumores primários do testículo e carcinoma metastático.




Palavras Chave

Tumor adenomatoide

Área

Câncer de Testículo

Instituições

Hospital Municipal Doutor Mario Gatti - São Paulo - Brasil

Autores

Fernando Campos Cunha Gonçalves, Fabio Ferreira, Ricardo Saade, Andre Veiga, Camila Burity, Euclides Junior, Dorival Junior, Luiz Fernando Pereira, Arthur Quilicone, Joao Paulo Baptist