Dados do Trabalho


Título

CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA NO TRATAMENTO DE TUMOR DE WILMS EM CRIANÇA - UM RELATO DE CASO

Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões

Uma criança de 22 meses, 11,8kg e 86cm, com suspeita de Tumor de Wilms (TW): massa heterogênea na metade inferior do rim direito, parcialmente exofítica, se extendendo até o seio renal, de limites bem definidos, medindo 5,7 x 4,9 cm, descoberta em tomografia de abdomen durante investigação de soluços. Indicada cirurgia minimamente invasiva (CMI) após quimioterapia (QT) pré-operatória. O controle por ressonância magnética mostrou redução da lesão para 4,2 x 3,9 cm. Durante o procedimento, foi adotado decúbito lateral esquerdo, em angulo de 70º à horizontal. Obtidos quatro acessos laparoscópicos: transumbilical de 5mm para ótica e outros três de 3mm em crista ilíaca, flanco direito e sub-xifóide. Inventário da cavidade sem implantes secundários. Dissecado hilo renal, seguido da ligadura e secção da artéria e veia renal direita, bem como do ureter. Realizada linfadenectomia pericaval. Retirada peça cirúrgica íntegra pelo flanco direito com auxílio de extrator laparoscópico. Alta em 24h sem intercorrências. O estudo anátomo-patológico revelou tumor de 3,6 x 2,5 x 2,5cm, pesando 72g. À microscopia, observou-se neoplasia unifocal encapsulada, com diferenciação mesenquimal cartilaginosa focal. Estruturas adjacentes livres de neoplasia. Classe de risco intermediário, conforme Children’s Oncology Group. Imuno-histoquímica positivou imunomarcadores WT-1 e Ki-67, confirmando TW. O acesso cirúrgico tradicional para ressecção do TW é a incisão de Chevron, associada a maior uso de analgésicos e maior tempo de internação (1). A CMI oferece benefícios nesses aspectos, e também facilita a inspeção da cavidade, pelo grau de aumento conferido pela ótica. Recomenda-se CMI para tumores menores que 10 cm, porém não há limite superior estabelecido. Sugere-se razão entre o tamanho do tumor e da criança inferior a 0,1 (2). A QT pré-operatória está associada a menor risco de rotura do tumor pela formação de pseudo-cápsula, e da redução de suas dimensões(3). A técnica aberta supera a CMI na abordagem de tumores maiores, permitindo maior dissecção linfonodal. As taxas de recorrência são similares, não demonstrando inferioridade da CMI (4). O tamanho, o peso, e a razão entre as dimensões do tumor e do paciente devem ser avaliados ao considerar a CMI, mas a segurança do cirurgião com cada método parece ser o fator mais relevante na escolha da abordagem. A revisão bibliográfica desta publicação não identificou um paciente menor submetido ao mesmo tipo de abordagem na América Latina.

Palavras Chave

Câncer de Rim
Cirurgia Minimanente Invasiva
Cirurgia Urológica Pediátrica

Área

Câncer de Rim

Instituições

HOSPITAL SÃO RAFAEL - REDE D`OR - Bahia - Brasil

Autores

ALEXANDRE AZEVEDO ZIOMKOWSKI, JOÃO RAFAEL SILVA SIMÕES ESTRELA, FILIPE DE SENA SOUZA, NILO JORGE CARVALHO LEÃO BARRETTO, NILO CESAR LEÃO BARRETTO DE SOUZA