Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: TRATAMENTO CIRURGICO DE TUMOR UROTELIAL DO TRATO URINARIO SUPERIOR POR RESSECÇAO PERCUTANEA

Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões

Paciente do sexo feminino, 65 anos, apresentava-se assintomática, com hematúria microscópica recorrente, em múltiplos exames de urina. Sem queixas urinárias, negava hematúria macroscópica e perda ponderal. Não apresentava outros sinais e sintomas que justificassem o quadro. Uma urotomografia foi, então, obtida e detectou-se discreto espessamento parietal piélico e ureteral proximal direito, além de discreta ectasia piélica, indicando sinais de pieloureterite à direita. Por meio de ureterorrenoscopia retrógrada flexível, foi possível visualizar uma lesão vegetante de aproximadamente um centímetro em pelve renal direita. Feita a biópsia e coletada citologia oncótica da pelve renal, confirmou-se a presença de carcinoma urotelial papilífero não invasivo de baixo grau. Optou-se por realizar ressecção percutânea para tratamento cirúrgico do tumor. O resultado anatomopatológico confirmou o da biópsia: tumor urotelial de baixo grau, com margem negativa. Não houve, portanto, necessidade de terapia adjuvante. A paciente evoluiu bem e segue em vigilância endoscópica de rotina. Os tumores uroteliais do trato urinário superior são relativamente raros e representam 5 a 7% dos tumores renais ou cerca de 5% dos uroteliais e o tratamento padrão-ouro é a nefrourecterectomia. No entanto, a evolução das técnicas tem possibilitado meios de abordagem menos agressivos, dependendo principalmente do grau e do estadiamento da doença. Decidiu-se pela ressecção percutânea para o caso, por se tratar de um tumor não invasivo, de baixo volume e de baixo grau. A localização ureteropélvica do tumor dificultava sua manipulação por meio de uma abordagem retrógrada. O manejo percutâneo é aceito em pacientes com doença de baixo grau, desde que o paciente esteja comprometido com o acompanhamento endoscópico, ao longo da vida. O tratamento cirúrgico a ser adotado deve equilibrar o potencial controle do câncer versus os riscos de morbidade, mortalidade e comprometimento da qualidade de vida, seguindo a tendência atual de procedimentos minimamente invasivos, localizados e precisos.

Palavras Chave

hematúria microscópica; tumor urotelial de trato urinário superior; tratamento percutâneo de tumor renal.

Área

Tumores Raros

Instituições

Universidade Estadual de Campinas - Unicamp - São Paulo - Brasil

Autores

Lucas da Silva Amaral, WILMAR AZAL NETO