Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA PAPILIFERO UROTELIAL EM PACIENTE POS OPERATORIO TARDIO DE GASTROCISTOPLASTIA: RELATO DE CASO

Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões

Introdução: Há muitos relatos de degeneração maligna em derivações urinárias. O câncer após a ampliação é um fator de risco reconhecido cuja incidência relatada varia de 1,2% a 5,5% quando se utiliza segmentos colônicos ou ileais é relatada como sendo de 1,2% a 5,5% . Em 1988, o uso de segmentos gástrico foi popularizado e recomendado em crianças com acidose metabólica, insuficiência renal ou segmentos intestinais deficientes, adequados para o aumento da bexiga. Entretanto, o risco de malignidade associada a essa técnica é desconhecida.

Objetivo: Relatar um caso de um carcinoma papilífero urotelial em paciente adulto com histórico de ampliação vesical utilizando segmento gástrico.

Relato de Caso: Paciente de 43 anos, com histórico pregresso de gastrocistoplastia devido a bexiga neurogênica por mielomeningocele, com boa adaptação ao reservatório. Há 3 meses apresentou pior progressiva da função renal com necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e hemodiálise por quadro de Insuficiência Renal Aguda (IRA). Realizou Tomografia Computadorizada (TC) sendo evidenciado hidronefrose bilateral acentuada e indicado implante de cateter duplo J para desobstrução. Na cistoscopia, foi evidenciado lesão séssil de grande extensão impossibilitando a cateterização do óstio ureteral direito sendo possível apenas o implante de cateter duplo-jota a esquerda periostial à esquerda. Após estabilização da função renal, num segundo tempo foi realizado a Ressecção Trans-uretral de Bexiga (RTU-B) e implante de cateter duplo-jota a direita por via anterógrada. No exame anátomo-patológico da lesão foi encontrado um carcinoma urotelial papilífero de alto grau com invasão da camada muscular indicando a realização de cistectomia radical.

Conclusão: A anastomose da mucosa gástrica na gastrocistoplastia mostra-se como possível etiologia do carcinoma urotelial papilífero, entretanto seu mecanismo fisiopatológico permanece desconhecido. Desta maneira, recomenda-se que estes pacientes possuam um seguimento clínico mais próximo.

Palavras Chave

Gastrocistoplastia; Tumor de Bexiga; Carcinoma Urotelial

Área

Câncer Bexiga

Instituições

Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Raphael Flavio Fachini Cipriani, Daniel Elias Carara, Lydio Barbier Neto, Joaquim Lorenzetti Andrade, Ivam Vargas Martins Da Silva, Luciano Ricardo Sfredo, Alexandre Cavalheiro Cavalli, Luiz Sérgio Santos, Antonio Carlos Junior Gonçalves, Luiz Edison Slongo