Dados do Trabalho


Título

RESPOSTA DURADOURA APOS SUSPENSAO DE IMUNOTERAPIA NO CARCINOMA RENAL METASTATICO: RELATO DE CASO

Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões

Paciente masculino de 71 anos, diagnosticado com carcinoma renal de células claras oligometastático em julho de 2015, submetido a segmentectomia de lobo inferior direito e nodulectomia hilar, com doença residual pulmonar. Estratificado como de risco intermediário pelo critério de MSKCC, iniciou o tratamento com ipilimumabe 1mg/kg associado a nivolumabe 3mg/kg a cada 21 dias em novembro de 2015. Após 5 ciclos, apresentou resposta completa das lesões, porém após 7 ciclos o seu tratamento foi suspenso permanentemente por toxicidades limitantes (poliartrite e elevação de lipase e amilase). Após 3 anos e 7 meses da suspensão do tratamento, o paciente se mantém em resposta clínica e radiológica completa, assintomático.
O CheckMate 214 randomizou 1096 pacientes com carcinoma de células renais previamente não tratados, avançado ou metastático para receber nivolumabe 3mg/kg mais ipilimumabe 1mg/kg por via endovenosa a cada 3 semanas por 4 doses, seguido de nivolumabe 3mg/kg a cada 2 semanas de manutenção ou sunitinibe 50mg/dia via oral por 4 semanas (ciclo de 6 semanas), até progressão de doença ou toxicidade limitante. Com um seguimento mediano de 25,2 meses, a combinação de imunoterapia reduziu o risco de morte em 37% em comparação com o sunitinibe, alcançando taxas de resposta objetiva de 42% versus 27% nos pacientes de risco intermediário e desfavorável. A sobrevida livre de tratamento em 2 anos após a descontinuação do tratamento foi de 21% para quem recebeu imunoterapia versus 7% no grupo que recebeu sunitinib. Estudos clínicos ainda não esclareceram qual a duração ideal da imunoterapia, este relato exemplifica um caso bem sucedido de suspensão do tratamento e persistência do benefício clínico alcançado. Gauci et al. realizaram estudo retrospectivo em pacientes que utilizaram imunoterapia para diversos tipos de tumor, e foi observado que o tipo de resposta atingida antes da descontinuação do tratamento pareceu ter impacto na incidência de recorrência.
A durabilidade da resposta é por vezes explicada pelo racional teórico de que a terapia com anti-PD-(L)1 pode gerar uma imunidade antitumoral adaptativa e policlonal, capaz de controlar a heterogeneidade da doença e redefinir a interação imune tumor-hospedeiro em direção à rejeição do câncer. Estudos estão em andamento para esclarecer o regime e a duração ideal da imunoterapia a fim de maximizar o benefício oncológico e minimizar os efeitos adversos e custos do tratamento, por hora ainda não temos esta resposta.

Palavras Chave

carcinoma renal de células claras; imunoterapia; duração

Área

Câncer de Rim

Instituições

Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Beatriz A W Guedes Lins, Fabio Augusto Schutz, Rodrigo Coutinho Mariano