Dados do Trabalho


Título

ABLAÇAO PERCUTANEA POR RADIOFREQUENCIA DE CARCINOMA DE CELULAS RENAIS ASSOCIADO A ECTOPIA RENAL CRUZADA - RELATO DE CASO

Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões

Introdução
O carcinoma de células renais associado à ectopia renal cruzada é raro, com somente 14 casos descritos na literatura. Relatamos o primeiro caso da literatura submetido a tratamento com ablação percutânea com radiofrequência (ARF) guiada por imagem em um homem de 53 anos, livre de doença há 2 anos.
Objetivo
Relatar o uso das técnicas ablativas pela radiologia intervencionista como opção “poupadora de néfrons” no tratamento de neoplasias renais primárias.
Método
Masculino, 53 anos, sem queixas, com diagnóstico de ectopia renal cruzada e fusão dos polos renais à direita, sem outras anomalias associadas, apresentou incidentaloma renal ao ultrassom. Realizada tomografia computadorizada que confirmou se tratar de nódulo sólido hipervascularizado, medindo 2,5 cm, completamente endofítico no polo superior do rim ortotópico, de aspecto primário, sem sinais de doença à distância. Realizada biópsia guiada por ultrassom, que confirmou se tratar de carcinoma renal convencional de células claras. Em discussão multidisciplinar optado por terapia focal através de ARF, guiada por imagem com o objetivo de se poupar néfrons.
Resultados
A ectopia renal cruzada é uma anomalia congênita rara e caracteriza-se pela ectopia renal com cruzamento da linha média de uma das massas renais com fusão do rim ectópico com o ortotópico contralateral. A associação com carcinoma de células renais é rara com incidência igual à da população geral. Há apenas 14 casos relatados de ectopia renal cruzada associada a carcinoma de células renais, todos tratados por nefrectomia total ou parcial. Relatamos o primeiro caso da literatura de ectopia renal cruzada com carcinoma de células renais convencional tratado com ARF, técnica ablativa percutânea mais usada atualmente. Os principais limitantes para sua realização são o tamanho da lesão e a proximidade com estruturas vasculares calibrosas, condições que aumentam as chances de resíduo neoplásico ou recidiva local. A inclusão da ARF como uma opção terapêutica nas diretrizes da ASCO (Sociedade Americana de Oncologia Clínica), ao lado da nefrectomia parcial, desde que a ablação completa seja tecnicamente possível, reforça que essas indicações têm se ampliado incluindo pacientes com boas condições clínicas.
Conclusão
O caso ilustra uma condição rara com evolução favorável após ARF. Novos trabalhos com dados de sobrevida a longo prazo, comparada às demais modalidades são aguardados para melhor definição da população ideal para esta terapêutica.

Palavras Chave

Câncer de rim, Ablação, Radiofrequência

Área

Câncer de Rim

Instituições

UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

Thiago Jose Penachim, Gabriel Telles, Vitor Campos Pagotto, Kairo Alexandre Alves Silveira