ELIMINANDO O USO ROTINEIRO DE DRENOS CIRURGICOS EM NEFRECTOMIAS PARCIAIS ROBOTICAS
Introdução: Técnicas cirúrgicas minimamente invasivas e poupadoras de néfrons tornaram-se o padrão ouro para o tratamento de pequenas massas renais. Historicamente, a colocação intraoperatória de rotina de um dreno cirúrgico no momento da nefrectomia parcial tem sido utilizado como ferramenta diagnóstica e terapêutica da ocorrência de um vazamento ou de uma fístula urinária. Dados mais recentes sugerem que estes eventos ocorrem em menos de 1% das nefrectomias parciais robóticas. Deste modo, a colocação rotineira de dreno pode não ser necessária para a maioria dos casos.
Objetivos: Avaliar os desfechos e complicações da nefrectomia parcial assistida por robô sem a drenagem da cavidade.
Métodos: Foram avaliados 23 pacientes consecutivos com nódulo renal submetidos a nefrectomia parcial robótica de janeiro de 2018 a maio de 2019. Todos os pacientes foram operados por um único cirurgião experiente (JPM). Os procedimentos foram realizados utilizando as plataformas Da Vinci Xi e Si. Todas as cirurgias foram por via transperitoneal, com a utilização de 4 ou 5 punções. O tempo de internação foi considerado a partir do início da cirurgia e reinternação nos primeiros 30 dias de pós-operatório.
Resultados: A média de idade dos pacientes foi 59,8 anos. Tamanho médio do tumor foi de 2,8 cm (1,2 – 6,6). R.E.N.A.L sore médio de 8,1 (4-11). Foi realizada enucleação do tumor em todos os pacientes. Tempo de isquemia quente médio de 18,5 min (12 – 35). Tempo de cirurgia médio de 152 min (110-314). Perda sanguínea estimada média de 335,5 ml (150 a 600). A média de internação foi de 28,8 horas (16-120). Não houve necessidade de transfusão sanguínea em nenhum dos casos. Um paciente apresentou piora transitória da função renal, sem necessidade de diálise. Três pacientes apresentaram infecção de ferida operatória na punção umbilical, 8 pacientes apresentaram equimose de parede, e 1 paciente hematoma.
Conclusão: A supressão da drenagem da cavidade após nefrectomia parcial robótica é segura, pode estar associada com menos dor pós-operatória, menor desconforto e favorecer a recuperação intestinal, diminuindo assim a permanência hospitalar e proporcionando menos complicações.
Tumor renal; cancer de rim; nefrectomia parcial; cirurgia robótica; dreno cirúrgico
Uro-oncologia
HOSPITAL MILITAR DE AREA DE SAO PAULO - São Paulo - Brasil, HOSPITAL MORIAH - São Paulo - Brasil
JOAO PADUA MANZANO, DAVI SOUZA CONSTANTIN, FREDERICO TEIXEIRA BARBOSA, DANIEL LUIZ PAULILLO, JOSE RICARDO CRUZ SILVINO, VINICIUS MENEGUETTE GOMES SOUZA, RODRIGO PERRELLA, PETRONIO AUGUSTO SOUZA MELO, FABRIZIO MAGALDI MESSETTI, RICARDO LUIS VITA NUNES