Dados do Trabalho


Título

Esclerose de Colo Vesical: bases do tratamento

Resumo

Introdução: Dadas as melhorias nas ferramentas para o diagnóstico da neoplasia da próstata, há maior detecção da doença sendo instituído, em grande parte dos casos, o tratamento cirúrgico. Associado as intervenções, crescem também suas complicações, entre elas, a esclerose de colo vesical (ECV). Há relatos na literatura sobre sua ocorrência após a prostatectomia radical (PR). Dada sua incidência, morbidade e difícil manejo, várias técnicas para sua resolução são descritas.
Objetivo: Reunir técnicas conhecidas para a correção da ECV pós PR, com base na bibliografia, e criar um fluxograma de tratamento.
Métodos: Levantamos dados bibliográficos que relacionavam ECV e PR, nas bases PUBMED, COCHRANE e MEDLINE, utilizando os termos ”bladder neck contracture”, “radical prostatectomy” e “ treatment”. Apresentamos 2 casos clínicos em acompanhamento em nosso serviço para ilustrar os possíveis desfechos.
Resultados: Foram encontrados 113 artigos, sendo excluídos aqueles que não relacionavam complicações pós operatórias de PR ou que não relacionavam condutas e tratamentos, restando 8 artigos para o fluxograma. Apesar da frequência decrescente da ECV após PR, é condição de difícil manejo, especialmente em casos recorrentes. No tratamento da ECV, as técnicas mais utilizadas são as dilatações, incisões “frias"ou "quentes" (com aplicação de substâncias ou não), stents uretrais e reanastomose aberta. O cateterismo suprapúbico ou a derivação urinária podem ser empregados. Embora algoritmos terapêuticos tenham sido publicados e abordados pela Associação Européia de Urologia (EAU) e pela Sociètè Internationale d’Urologie (SIU) em 2016 e 2014, bem como pela AUA em 2017, não são amplamente empregados. É aceito que, na ECV, o tratamento endoscópico é a terapia inicial de escolha, após dilatação uretral, sendo a reanastomose ou a derivação urinária consideradas na ECV recorrente. Demonstramos isto nos 2 casos clínicos. Em ambos empregamos todas técnicas minimamente invasivas, sendo que em um optamos pela derivação urinária continente (Mitrofanoff), pela preocupação do paciente na manutenção da potência sexual, e no outro pela reanastomose por acesso perineal associado ao implante de esfíncter urinário artificial.
Conclusões: Apesar das diretrizes publicadas, numerosos tratamentos autônomos são usados para tratá-la, retardando o tratamento definitivo e prolongando o sofrimento do paciente. A abordagem mais invasiva deve ser lembrada nos casos de insucesso terapêutico.

Palavras Chave ( separado por ; )

bladder neck contracture; radical prostatectomy; treatment

Área

Uroneurologia / Disfunção Miccionais / Urodinâmica

Instituições

Faculdade de Medicina do ABC - São Paulo - Brasil

Autores

Caio Dal Moro Alves, Antonio Flávio Silva Rodrigues, Rafaela Lima dos Santos, Arthur Cardoso Del Papa, André Luiz Farinhas Tomé, Odair Gomes Paiva, Maria Claudia Bicudo Fürst, Sidney Glina