COMPARAÇAO DOS RESULTADOS DE FERTILIZAÇAO IN VITRO EM PACIENTES COM CRIPTOZOOSPERMIA UTILIZANDO ESPERMATOZOIDES TESTICULAR E ESPERMATOZOIDES EJACULADO.
INTRODUÇÃO: Criptozoospermia é definida como a presença de espermatozóides no ejaculado encontrados durante análise microscópica extensa após processamento seminal de amostra inicialmente azoospérmica. As técnicas de reprodução assistida já estão bem estabelecidas e fornecem possibilidade de tratamento a esses homens com alteração seminal e que desejam gerar filhos. A utilização do espermatozóide ejaculado para fertilização in-vitro com injeção intracitoplasmática (FIV/ICSI) tem resultados bem definidos em relação a taxa de gravidez e nascidos vivos, porém alguns trabalhos sugerem a utilização de espermatozóides provenientes do testículo identificando possíveis fatores tóxicos em determinadas situações que podem elevar níveis de estresse oxidativo e piorar a função espermática e consequentemente os resultados de FIV/ICSI nesses casos.
OBJETIVO: Avaliar a influência origem dos espermatozoides em pacientes criptozoospérmicos nos resultados de FIV/ICSI.
MÉTODO: Foram analisados retrospectivamente os resultados dos ciclos de FIV/ICSI realizados no Instituto Ideia Fértil entre os anos de 2015 e 2017 em casais nos quais o homem apresentava diagnóstico de criptozoospermia. Foram divididos em dois grupos de comparação separados pela origem dos espermatozoides utilizados, no grupo 1 os ciclos realizados com coleta de através de ejaculado a fresco e no grupo 2 os ciclos realizados com extração cirúrgica de espermatozoides do testículo . As técnicas cirúrgicas empregadas foram a biopsia testicular por punção aspirativa (TESA) e/ou a biopsia testicular aberta randomizada (TESE).
RESULTADOS: Foram identificados 223 ciclos de FIV preenchendo os critérios de inclusão. A taxa geral de gestação foi de 23,3% e a taxa de nascidos vivos foi de 21,1%. No grupo 1 foram incluídos 159 ciclos com taxa de gestação de 25,8% e taxa de nascidos vivos de 23,2%. No grupo 2, 58 pacientes foram submetidos a recuperação cirúrgica de espermatozoide, 14 ciclos foram excluídos do Grupo 2 pois não foram recuperados espermatozoides. Dos 44 casos incluídos, a taxa de gestação foi 20,45% e taxa de nascidos vivos foi 18,2%. Não houve diferença estatística entre os grupos quanto à taxa de gestação (p 0,27) ou quanto à taxa de nascidos vivos (p 0,26).
CONCLUSÃO: A origem espermática por ejaculado a fresco ou extração cirúrgica testicular para realização de ciclos de FIV/ICSI em pacientes criptozoospérmicos não influenciou as taxas de gestação e de nascidos vivos no presente estudo.
criptozoospermia; espermatozóide ejaculado; espermatozóide testicular ; infertilidade masculina; fertilização in vitro
Infertilidade
INSTITUTO IDEIA FÉRTIL DE SAUDE REPRODUTIVA - São Paulo - Brasil, UROABC - São Paulo - Brasil
MARCELLO MACHADO GAVA, JORGE VINICIUS SILVEIRA MENDES, MILTON GHIRELI FILHO, FREDERICO TIMOTEO SILVA CUNHA, CAMILA NOGUEIRA, LEONARDO SELIGRA LOPES, LEONARDO MONTEIRO, CAIO PARENTE BARBOSA, ROBERTO VAZ JULIANO, SIDNEY GLINA