Dados do Trabalho


Título

EFETIVIDADE DA PROFILAXIA ANTIMICROBIANA NO ESTUDO URODINAMICO EM PACIENTES COM BEXIGA NEUROGENICA.

Resumo

Introdução:

O surgimento de bactérias multirresistentes e a dificuldade de encontrar antibióticos para o tratamento da infecção do trato urinário em pacientes com bexiga neurogênica nos fez repensar nossos protocolos para o uso de antibióticos profiláticos antes do estudo urodinâmico.

Objetivo Avaliar a efetividade da antibioticoterapia profilática como prevenção de infecção do trato urinário antes do estudo urodinâmico em pacientes com bexiga neurogênica por lesão medular traumática.

Método: Selecionamos consecutivamente 661 pacientes em 3 Unidades da Rede Sarah de Hospitais com bexiga neurogênica por lesão medular traumática. Cada unidade possui protocolo diferentes de profilaxia para realização de estudo urodinâmico.

Avaliamos as características de lesão medular relacionada à infecção do trato urinário foram avaliadas pelo tipo de lesão traumática, tipo de plegia, nível de lesão, espasticidade, classificação ASIA, método de esvaziamento da bexiga, sexo, idade e tempo de lesão. As informações coletadas foram processadas usando os programas SPSS versão 20 e Epidat 3.1.

Resultados: A taxa de infecção urinária neurogênica total encontrada após o estudo urodinâmico foi de 3,18%. O grupo de Brasília apresentou uma taxa de infecção urinária de 3,67%, o grupo São Luis de 2,53% e o grupo de Salvador de 3,35%.
Analisamos 285 pacientes (43,1%) que utilizavam antibióticos profiláticos e 376 pacientes (56,9%) que não utilizavam antibióticos profiláticos que realizaram estudo urodinâmico. Não houve diferença significativa entre os grupos com e sem infecção antibiótica e urinária X² = 0,223 gl 1 p = 0,667.
De todos os fatores de risco analisados, apenas as lesões acima do nível de T6 têm um risco aumentado de desenvolver infecção do trato urinário após um estudo urodinâmico. X² = 4,770 gl 1 p = 0,029.

Discussão: A principal explicação desta associação encontrada está ligada a eventos como a disreflexia autonômica, que provoca diminuição do suprimento sanguíneo para a bexiga e, assim, diminui sua capacidade de proteção contra a infecção do trato urinário.

Conclusões: A profilaxia antibiótica não é necessária para a realização de estudo urodinâmico em pacientes com bexiga neurogênica traumática. Lesões acima de T6 têm um risco maior de desenvolver infecção do trato urinário após um estudo urodinâmico.






Palavras Chave ( separado por ; )

bexiga neurogênica, estudo urodinâmico, infecção urinária e profilaxia antibiótica

Área

Uroneurologia / Disfunção Miccionais / Urodinâmica

Instituições

Hospital Sarah Kubitschek - Maranhão - Brasil

Autores

MARCELLO TORRES SILVA, ANDRE LUIS BARBOZA, Paulo Sergio Siebra Beraldo