COMPLICAÇOES DAS CIRURGIAS PRESERVADORAS PARA O TRATAMENTO DO CÂNCER DE PÊNIS EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO DO NORTE DO BRASIL.
Introdução: O câncer de pênis, apesar de raro em regiões desenvolvidas, corresponde a mais de 15% do tumores urológicos diagnosticados na região norte do Brasil. O tratamento convencional da doença consiste na amputação parcial ou total do órgão, que por sua vez promove um impacto muito negativo, do ponto de vista psicossocial, para o paciente. Nos últimos anos, tem-se advogado cada vez mais a realização de procedimentos cirúrgicos menos radicais e com melhor aceitação do ponto de vista estético, de modo a diminuir a morbilidade e melhorar a autoestima dos pacientes. Apesar de todos esses benefícios as cirurgias preservadoras de pênis são procedimentos complexos, não estando ausentes de complicações. Objetivo: Analisar as complicações das cirurgias preservadoras no tratamento do câncer de pênis realizadas em um hospital de referência no Estado do Pará. Materiais e Métodos: A pesquisa foi realizada no ambulatório de urologia do Hospital Ophir Loyola (HOL). Participaram do estudo os pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, que foram submetidos à cirurgia preservadora para o tratamento do câncer de pênis, no período de agosto de 2017 a agosto de 2018. A coleta de dados ocorreu durante os meses de dezembro/2018 e janeiro/2019. Observou-se a presença de complicações que necessitaram porventura uma nova internação hospitalar e/ou necessidade de novo procedimento cirúrgico. Resultados: Nesse período foram realizados no serviço um total de 11 cirurgias preservadoras de pênis (4 desepitelizações de glande e 7 glandectomias, ambas com enxertia de pele concomitante). Não foram observados complicações relevantes nos pacientes submetidos a desepitelização de glande; no entanto, naqueles que realizaram glandectomia verificou-se dois casos que mereceram reabordagem cirúrgica. No primeiro, o paciente evolui com perda total do enxerto, sendo manejado com conversão para técnica de guarda-chuva, descrita por Korkes et al. (2010). A segunda complicação, por sua vez, envolveu necrose parcial do enxerto, sendo tratado com desbridamento e reenxertia na área granulada, evoluindo de forma satisfatória. Conclusão: A principais complicações observadas nas cirurgia de preservação para o tratamento do câncer de pênis foram inerentes ao enxerto de pele local, sendo o conhecimento das técnicas de reconstrução urogenital primordial para seu manejo.
câncer de pênis; urologia reconstrutora; enxerto.
Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora
Hospital Ophir Loyola - Pará - Brasil
Luis Otávio Amaral Duarte Pinto, José Ricardo Tuma Ponte, Rui Wanderley Mascarenhas Junior, João Frederico Alves Andrade Filho, Eduardo Alencar Carvalho, Gilberto Pinheiro Nunes Silva Neto, Oscar Dias Teixeira Junior, Emilia Yuki Susume