ASSOCIAÇAO ENTRE UROFLUXOMETRIA E UM PICTOGRAMA VISUAL EM PACIENTES COM SINTOMA DO TRATO URINARIO INFERIOR: UROFLUXOMETRIA ANALOGICA (ANUF)
Introdução: Frequentemente observa-se, principalmente entre homens de baixa escolaridade, uma dissociação entre a avaliação subjetiva, realizada através do interrogatório dos sintomas de esvaziamento do trato urinário inferior (LUTSe), e a avaliação objetiva do jato urinário, realizada através da urofluxometria livre (UFL). A UFL é uma importante ferramenta de avaliação dos LUTSe, porém, é um exame que tem custo, não é amplamente disponível, principalmente no sistema público de saúde, pode não reproduzir as condições habituais de micção e algumas vezes os pacientes não atingem volumes representativos para adequada interpretação do exame. Recentemente, alguns autores propuseram uma nova ferramenta visual, de custo zero, chamada urofluxometria analógica (ANUF), a qual é um pictograma de quatro homens com fluxos urinários decrescentes (A, B, C e D), e encontraram uma associação da ANUF com o fluxo máximo da UFL.
Objetivos: Avaliar a associação da ANUF com a UFL em homens com sintomas do trato urinário inferior (LUTS) e verificar se esta associação se mantem em diferentes escolaridades.
Métodos: Estudo prospectivo transversal com 473 homens com LUTS e idade superior a 40 anos, atendidos consecutivamente, por um único médico urologista, entre agosto de 2018 e maio de 2019. Não participaram do estudo pacientes com doenças neurológicas, cirurgias prostática prévias ou história de estenose de uretra. Os homens selecionaram uma imagem da ANUF, que melhor representava seu fluxo urinário, e foram submetidos a UFL. Após exclusão de 37 homens que apresentam volume urinado inferior a 100 ml ou superior a 600 ml, a população do estudo foi de 436 pacientes. Para avaliar as associações aplicou-se o teste de Kruskal-Wallis.
Resultados: A mediana da idade foi de 59,5 ± 9,6 anos. As frequências das imagens da ANUF foram: A (10,3%), B (25,9%), C (50,0%) e D (13,8%). Observou-se uma associação significante da idade e dados da UFL (fluxo máximo e médio; nomograma de Liverpool do fluxo máximo e médio) com as quatro imagens da ANUF (p<0,0001 para todas associações). Estas associações não se mantiveram em homens de baixa escolaridade (ensino fundamental). As medianas do fluxo máximo (ml/s) das quatro imagens da ANUF (A, B, C e D) foram, respectivamente, 22,1; 18,8; 17,1 e 14,8.
Conclusões: A ANUF associa-se significantemente com a UFL, e pode ser aplicada, em homens com ensino médio ou superior, como uma ferramenta auxiliar, sem custo, para diagnóstico e seguimento dos LUTSe.
urofluxometria; sintomas do trato urinário inferior; pictograma; urofluxometria analógica
Uroneurologia / Disfunção Miccionais / Urodinâmica
Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Campus Londrina - Paraná - Brasil
Emerson Pereira Gregorio, Luiz Otávio Rosina, Bruno Henrique Camilo