VIDEO DE RESSECÇAO URETEROSCOPICA DE TUMOR UROTELIAL
OBJETIVO: Apresentar um relato de caso com vídeo de demonstração da técnica de ressecção ureteroscópica de tumor urotelial.
INTRODUÇÃO: Carcinomas do Trato Urinário Superior (CTUS) são entidades raras, correspondendo a apenas 5% de todos os tumores uroteliais. Embora os guidelines recomendem a Nefroureterectomia Radical com excisão de cuff vesical (NUR) como tratamento padrão, a abordagem minimamente-invasiva através de ureteroscopia e fotoablação da lesão por laser pode ser utilizada em pacientes selecionados, como por exemplo: pacientes com muitas comorbidades e/ou doença de baixo risco e que estejam dispostos a passar por um seguimento pós-operatório mais restrito.
O manejo endoscópico minimamente-invasivo dos CTUS foi primeiro idealizado e sugerido para pacientes em situações imperativas, como doença renal crônica (DRC), rim único funcional e CTUS bilateral, contudo os bons resultados obtidos em termos de controle oncológico ampliou sua indicação para ser oferecida também em cenários eletivos (rim normal contralateral).
Estudos evidenciam que embora haja uma maior taxa de recidiva tumoral, esta técnica possui menores índices de pacientes com progressão para diálise, morbidade cardiovascular e mortalidade global.
RELATO DE CASO: Idoso do sexo masculino com história de hematúria macroscópica há 1 mês e alto risco cardiovascular. Visualizado por ressonância magnética uma lesão superficial e não-invasiva no ureter superior direito. Realizada ureteroscopia que revelou uma lesão urotelial típica, pediculada de aproximadamente 1cm, prosseguido com fotoablação de sua base com Holmium-YAG laser e extração da mesma com basket e implante do cateter duplo-J. A cirurgia trascorreu sem intercorrências, com um tempo total de 30 minutos e o paciente recebeu alta no 1o dia de pós-operatório assintomático. Exame anátomo-patológico da peça revelou carcinoma urotelial superficial (pTa) grau II / alto grau.
CONCLUSÃO: CTUS são raros e possuem como tratamento padrão a NUR, que além de tecnicamente complexa, possui índices importantes de complicações e comorbidades pós-operatórias. A ressecção endoscópica de CTUS, embora possua piores resultados oncológicos, possui baixos índices de complicações e sua realização deve ser sempre considerada em pacientes selecionados.
Câncer do Trato Urinário Superior; Câncer Urotelial; Cirurgia minimamente-invasiva; Endourologia;
Uro-oncologia
Santa Casa de Misericórdia - São Paulo - Brasil
Eclair Lucas Filho, Luis César Zaccaro Silva, Gilberto Saber