Dados do Trabalho


Título

LINFADENECTOMIA INGUINAL VIDEOENDOSCOPICA: COMO EVITAR LINFOCELE?

Resumo

Introdução: O surgimento de metástases inguinais nos pacientes portadores de câncer de pênis tem relação direta com a taxa de mortalidade. Pacientes com doença linfonodal ou de alto risco podem apresentar melhora significativa na sobrevida com a realização de linfadenectomia inguinal. A técnica convencional aberta tem morbidade que chega a 50% na literatura. A técnica videoendoscópica visa diminuir as complicações cirúrgicas relacionadas a ferida operatória, porém a ocorrência de linfocele ainda é frequente.

Objetivos: apresentamos um caso de linfadenectomia inguinal videoendoscópica para câncer de pênis com foco na técnica cirúrgica e táticas para redução da linfocele pós-operatória.

Métodos: Paciente de 45 anos, masculino, portador de neoplasia de pênis submetido a penectomia parcial com diagnóstico de carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado. Apresentava linfonodos palpáveis bilateralmente, apesar de curso de antibióticoterapia. O paciente foi colocado em decúbito dorsal. Introdução de trocarter de 10mm na coxa esquerda, confecção de enfisema subcutâneo, introdução de 2 trocarteres de 5mm e outro de 10 mm em conformação losangular. Acesso além da fáscia de Scarpa, dissecção dos linfonodos inguinais delimitados por triângulo formado pela borda medial do sartório, borda lateral do vasto medial e ligamento inguinal ipsilateral. Clipagem cuidadosa dos linfáticos e ressecção do conglomerado linfonodal com ligadura de crossa da safena, sutura por planos e drenagem a vácuo.

Resultados: O tempo operatório foi de 130 minutos, a perda sanguínea estimada foi de 50mL. Não houve complicações imediatas ou tardias. O paciente recebeu alta no segundo dia do pós-operatório. O exame patológico observou carcinoma de células escamosas metastático em 2 linfonodos positivos de 15 na coxa direita e 1 linfonodo de 18 no lado esquerdo. Após 2 meses paciente apresentou recidiva na região inguinal direita que precisou ser reabordada. A coxa esquerda não apresentou recidivas.

Conclusões: A linfadenectomia inguinal videoendoscópica é segura e factível. A clipagem cuidadosa dos linfáticos parece ser fundamental na redução da incidência de linfocele. O número de linfonodos ressecado e o controle oncológico não foram afetados com o procedimento menos invasivo.

Palavras Chave ( separado por ; )

Linfadenectomia inguinal; Linfocele

Área

Uro-oncologia

Instituições

Centro Universitário de João Pessoa - Paraíba - Brasil

Autores

Matheus da Costa Souto, Lucas Fernando Bezerra Sousa, Arthur Henrique da Silva Dutra, Igor de Oliveira Melo, Victor de Lima Lacerda, Gabriella Bento de Morais, Paulo Henrique de Holanda Ribas, Rodrigo Campos Monteiro, João Guilherme de Araújo Coelho, Rafael Batista Rebouças