COMPARAÇAO DOS RESULTADOS ENTRE A PROSTATECTOMIA RADICAL LAPAROSCOPICA E ROBOTICA COM PRESERVAÇAO DA FASCIA ENDOPELVICA
Introdução. Os estudos comparando a técnica laparoscópica e robótica para o câncer de próstata preservando a fáscia endopélvica ainda são inconclusivos quanto a melhora da taxa de continência urinária e potência sexual. Objetivo. Comparar os resultados cirúrgicos entre a prostatectomia radical laparoscópica e robótica, preservando fáscia endopélvica. Métodos. Foram analisados os prontuários dos pacientes submetidos a prostatectomia radical, laparoscópica ou robótica, com preservação da fáscia endopélvica. Nesses registros, buscamos por dados epidemiológicos como idade, etnia e dados antropométricos. Além disso, utilizamos dados do PSA pré-cirúrgico e de 3 e 6 meses após a cirurgia, da anatomia patológica da próstata (margens cirúrgicas), tempo cirúrgico, sangramento, complicações intra e pós-operatórias, continência urinária pós-operatória e preservação ou não do feixe vásculo nervoso. Resultados. Após análise de 56 pacientes, 43 submetidos a técnica laparoscópica e 13 à robótica, se observou que não há divergência nos dados epidemiológicos. No grupo laparoscópico, o PSA pré-operatório teve a média de 7.35 (3.5-60) com 6 pacientes não incluídos, além do PSA pós-operatório de 3 meses com média de 0.02 (0,01-0,1) e de 6 meses com média de 0.03 (0.005-0.2) com 7 e 16 pacientes não incluídos respectivamente. Já no grupo robótico, o PSA pré-operatório teve média de 8.47 (2.5-31) com 5 pacientes não incluídos, além do PSA pós-operatório de 3 meses com média de 0.01 (0.01) e de 6 meses com média de 0.01 (0.01-0.8) com 2 e 5 pacientes não incluídos respectivamente. Na anatomia patológica, tivemos no grupo laparoscópico margens negativas nos 43 casos, no grupo robótico, tivemos margem positiva em apenas 1 caso. No grupo laparoscópico, o tempo de duração médio da cirurgia foi 203.4 minutos (140-300), o volume médio de sangramento em 335.6ml (100-1000) e ocorreram 3 casos de complicações. Já no grupo robótico, os dados encontrados foram, respectivamente, 134.8 minutos (140-200), 176.9ml (100-600) e 1 caso de complicação. Ocorreram 10 casos de incontinência urinária no grupo laparoscópico, 9 pacientes não avaliados, enquanto, no grupo robótico, 4 casos, 1 paciente não avaliado. Conclusão. Ambas as técnicas cirúrgicas são factíveis. Entretanto, os resultados sugerem uma menor média do PSA de 6 meses, de tempo de duração da cirurgia e sangramento no grupo robótico. Além disso, no grupo robótico ocorreu uma maior preservação do feixe vásculo nervoso, proporcionalmente.
Neoplasia da próstata; Prostatectomia; Laparoscopia; Cirurgia robótica
Uro-oncologia
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Bahia - Brasil, Hospital Cardio Pulmonar - Bahia - Brasil
Daniel Gaidzakian Jorge, Paulo Ricardo Sampaio De Melo, Maria Carolina Góes Ramos Dantas de Araújo Goes, Leonardo Azevedo De Souza, Alexia Castro Gois, Matheus Pithon Teixeira Machado De Santana, Daniel Belém Figueiredo Pontes, Rafael Rocha Tourinho, Marcelo de Queiroz Cerqueira, Lucas Teixeira Batista