AVALIAÇAO DA ESCALA DE GLEASON EM LAUDOS DE BIOPSIAS DE UM LABORATORIO PARTICULAR EM FORTALEZA, CEARA
Introdução: No Brasil, o câncer de próstata (CP) é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). A graduação dessa doença é realizada pela escala de Gleason (EG), dividida em cinco graus de acordo com os padrões glandulares e grau de diferenciação observados na análise histopatológica da próstata. O grau 1 é não infiltrativo, enquanto no grau 5 não há diferenciação glandular, com infiltração tumoral no estroma. Os outros graus estão situados entre esses. A grande maioria dos tumores possui mais de um padrão glandular, logo, são identificados um padrão dominante e um segundo mais prevalente ou de maior pontuação e estes são somados obtendo a pontuação de Gleason (PG) do tumor. A utilização dessa escala é fundamental no prognóstico da doença, sendo importante o seu estudo.
Objetivo: Realizar um estudo comparativo por intermédio de uma análise percentual da EG dos laudos obtidos em biópsias com CP.
Métodos: Efetuou-se uma análise quantitativa das informações obtidas em 146 biópsias de próstata feitas por um médico urologista em uma clínica particular e laudadas por uma médica patologista no laboratório Biopse, em Fortaleza, Ceará. O período de realização dos exames foi de dezembro de 2013 e fevereiro de 2019. Foram utilizados os maiores escores das EGs de todos os pacientes e comparados entre si para indicar o possível prognóstico mais comum na amostra.
Resultados: Na amostra, 35,3% dos pacientes teve 6 como maior PG encontrado na avaliação histopatológica prostática. Esse dado indica, de acordo com a Sociedade Internacional de Patologia Urológica, que são, em sua maioria, tumores de baixa agressividade. Tal percentual indica detecção precoce na amostra estudada, com bons prognósticos. Apesar disso, esse número ainda não é o desejado, tendo em vista que não é tão discrepante dos outros resultados obtidos como deveria ser para indicar um rastreamento populacional eficaz, pois 23,5% dos laudos indicaram 7 como maior escore, 25,5% apresentaram 8 e 15,7% evidenciaram escore 9 e 10, que representam tumores de alta agressividade.
Conclusão: São necessárias mais medidas de conscientização com o fito de promover educação em saúde e mostrar a importância da detecção precoce do CP. Tal rastreamento é realizado com exame de toque retal periódico e a dosagem de PSA, devendo, caso necessário, ser sucedido de exames mais específicos, como a biópsia.
Neoplasias prostáticas; rastreamento; Gleason score.
Uro-oncologia
Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil
Livia Barros Taumaturgo, Ana Letícia Farias Barroso, Edgar Moreira Sousa Neto, Luís Eduardo Porto de Assis, Marcus Vinícius Santiago Barreto Santos, Tales Melo Nogueira de Araújo, Galeno Taumaturgo Lopes, Régia Maria do Socorro Vidal do Patrocínio, Denise Nunes Oliveira