LESOES URETERAIS EM HISTERECTOMIAS EM HOSPITAL DE REFERENCIA EM SAUDE FEMININA – APRESENTAÇAO CLINICA, DIAGNOSTICO, TRATAMENTO E COMPLICAÇOES
INTRODUÇÃO:As cirurgias ginecológicas correspondem a cerca de 50% das lesões ureterais iatrogênicas. As taxas e lesão ureteral em histerectomias variam entre 0,3 a 1,8%, o diagnóstico é tardio em 67 a 87% dos casos e essas lesões podem evoluir para insuficiência renal crônica pós-renal, urinoma e fístulas urinárias.
OBJETIVOS:Descrever as lesões ureterais ocorridas em histerectomias, diagnóstico, tratamento realizado e correlacionar sítio da lesão com complicações em 2 anos de atividade de um hospital regional de referência em saúde feminina.
MÉTODOS:Realizada análise retrospectiva de dados em prontuário eletrônico de pacientes identificadas prospectivamente com lesão ureteral após histerectomia internadas no Hospital da Mulher da Bahia. RESULTADOS:Entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018 foram diagnosticadas e tratadas 15 pacientes com lesões ureterais, sendo apenas 3 (20%) oriundas da unidade hospitalar. No mesmo período na unidade foram realizadas 2721 histerectomias levando a taxa de 0,1% de lesão ureteral. Todas histerectomia foram por condições benignas, não teve lesão identificada na cirurgia e apenas 1 (6,7%) foi diagnosticada e tratada na mesma internação. Dor lombar (46,7%), distensão abdominal (40%), dor abdominal (26,7%) e perda urinária (26,7%) foram os sintomas mais comuns. As 3 pacientes com lesão bilateral apresentaram anúria e insuficiência renal aguda. A ultrassonografia (USG) foi feita em 7 (46,6%) e a tomografia computadorizada foi realizada em 14 (93,3%) das pacientes, USG foi o único exame de imagem em apenas 1 caso. O intervalo médio entre a histerectomia e o diagnóstico da lesão ureteral foi de 23,714,2 dias (2-150). Quatro pacientes tiveram o ureter medial acometido e 11 o ureter distal. A ligadura ureteral foi a lesão mais frequente (61,1%). O reimplante ureteral por técnica extra-vesical foi realizado em 83,3%, com associação a bexiga psóica em 16,6%. O retalho de Boari foi utilizado em 2 pacientes (11,1%). Fístula vésico-cutânea (n=1) em uma ligadura de ureter medial ocorreu após retalho de Boari, e um abscesso intrabadominal (n=1) em uma ligadura de ureter distal ocorreu após técnica extra-vesical, sendo a última reabordada. Apenas 1 paciente apresentou hidronefrose em seguimento ambulatorial.
CONCLUSÕES:Lesões ureterais em histerectomias são raras. O diagnóstico e tratamento precoces oferecem excelente prognóstico. Lesões proximais demandam tratamentos mais complexos e por isso se associam a maiores taxas de complicações.
lesão ureteral; histerectomia; iatrogênia; complicações
Urologia Feminina
Hospital da Mulher da Bahia - SESAB - Bahia - Brasil, Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES) – Universidade Federal da Bahia - Bahia - Brasil
Rafael Prates Silva, Fábio Sepúlveda, Evaristo Peixoto Neto, Felipe Coelho Serafim, Daniel Figueiredo, Felipe da Silva Pereira, Lucas Rosemberg Pellegrino Jorge Alencar, Ubirajara Barroso, Lucas Teixeira Batista, André Costa Matos