Dados do Trabalho


Título

LINFADENECTOMIA INGUINAL PARA CANCER DE PENIS: UMA ANALISE DE 28 CASOS OPERADOS NOS ULTIMOS 16 ANOS

Resumo

Câncer de pênis é tumor raro em países desenvolvidos. No Brasil, corresponde a cerca de 2% dos câncers no homem, com maior freqüência na região Norte e Nordeste. Mais frequente entre a 6ª e 7ª década de vida, a neoplasia está relacionada às baixas condições socioeconômicas e nível de instrução e má higiene decorrente principalmente de fimose. Em 2015, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, foram 402 mortes decorrente da doença ou do seu tratamento.
Objetivo: descrever perfil dos pacientes submetidos a linfadenectomia inguinal como tratamento da neoplasia de pênis.
Método: Busca retrospectiva em prontuário dos pacientes tratados com linfadenectomia inguinal por câncer de pênis no Hospital Universitário de Brasília.
Resultados: Foram incluídos 28 pacientes no estudo. Idade média de 55 anos. Ao menos 20 pacientes tinham tempo de educação escolar inferior a 7 anos, nenhum possuía ensino superior completo. Tempo médio entre linfadenectomia inguinal e penectomia foi de 5,3 meses. Metade dos pacientes eram naturais da região nordeste do país. Em 12 pacientes a linfadenectomia inguinal foi realizada bilateralmente em mesmo tempo anestésico. Desses, 8 apresentaram complicações pós-operatória, sendo linfedema (2) e infecção de foco cutâneo/urinário (2) as mais comuns. Nos pacientes com proposta de linfadenectomia em momentos diferentes (16), apenas 5 concluíram o pretendido, por óbito ou recusa do paciente ao tratamento. Desses 16 pacientes, 10 apresentaram complicações sendo mais comum necrose de pele (4), seguida de linfedema (2). Cinco pacientes apresentaram sepse de foco urinário ou cutâneo, mesmo com início de antibioticoterapia à internação cirúrgica em 19 casos. Houve recidiva em ferida operatória peniana ou inguinal em 9 pacientes. Doze pacientes faleceram, com tempo médio de 4 meses entre a linfadenectomia inguinal e o óbito. O anatomopatológico da peça cirúrgica mostrava pelo menos um linfonodo unilateral acometido em 19 dos pacientes.
Conclusão: Observou que o perfil demográfico dos pacientes possui média de idade menor do que o relatado em outras séries. Quanto às chances de complicação para linfadenectomia bilateral ou em momentos diferentes, ambas propostas possuem taxa próxima a 62%, com relatos de complicações maiores em pacientes submetidos a linfadenectomia inguinal unilateral. Possivelmente porque esses pacientes já não possuíam condição de cirurgia em tempo único à admissão por doença de alto volume ou condição clínica.

Palavras Chave ( separado por ; )

câncer de pênis;linfadenectomia;penectomia

Área

Uro-oncologia

Instituições

Hospital Universitário de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

MARCOS PAULO BORGES MENDANHA, RHANIELLEN SILVA FERREIRA, THIAGO VILELA CASTRO, FRANSBER RONDINELLE ARAUJO RODRIGUES, LUIZ ANGELO DE MONTALVAO MARTINS, EDUARDO CARVALHO RIBEIRO, FERNANDO AUGUSTO FERREIRA DIAZ