Dados do Trabalho

Título

ANALISE EPIDEMIOLOGICA DA NEOPLASIA MALIGNA DO PENIS NO ESTADO DE SAO PAULO ENTRE 2019 E 2023

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer de pênis é uma neoplasia maligna rara, intrinsecamente ligada a condições socioeconômicas precárias. Seus principais fatores de risco incluem má higiene íntima, fimose e infecção pelo HPV. Essa conjuntura contribui substancialmente para uma incidência mais elevada em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. No contexto brasileiro, este tipo de tumor representa cerca de 2% de todos os cânceres diagnosticados em homens, colocando o Brasil como o terceiro país com maior incidência no mundo. OBJETIVO: Analisar a epidemiologia e a incidência da neoplasia maligna do pênis no estado de São Paulo entre os anos de 2019 e 2023. METODOLOGIA CIENTÍFICA: Foi conduzido um estudo epidemiológico transversal, de caráter quantitativo, no qual os dados foram obtidos a partir do departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no período de fevereiro de 2024. As variáveis analisadas foram: casos diagnosticados com neoplasia maligna do pênis por ano, faixa etária, estadiamento e modalidade terapêutica no estado de São Paulo, com o período da pesquisa delimitado entre os anos de 2019 e 2023. RESULTADOS: Nos últimos 5 anos, 2019 a 2023, foram diagnosticados 2.853.329 casos no Brasil, sendo que o estado de São Paulo contribuiu com 651.623 desses casos. A faixa etária mais acometida foi de 55 a 74 anos, totalizando mais de 50% dos casos. O estadiamento foi indeterminado em 59% dos casos, não aplicável em 19,3%, 13% foram classificados nos estágios III ou IV e 8,7% nos estágios 0, I ou II. Em relação ao tratamento, o DATASUS não dispunha de informações sobre 54,4% dos casos, 19,3% foram submetidos a tratamento cirúrgico, outros 19,3% receberam tratamento quimioterápico e 6.7% passaram por radioterapia. Além disso, apesar dos 651.623 casos diagnosticados durante o período estudado, não havia registros sobre o tratamento de 354.448 pacientes. CONCLUSÃO: A neoplasia maligna de pênis afeta principalmente homens com mais de 55 anos, sendo frequentemente diagnosticada tardiamente devido a atrasos no acesso ao atendimento médico. Além disso, a negligência da doença, devido à sua raridade, dificulta ainda mais o início do tratamento e reduz as chances de cura para esses pacientes. Esse cenário de diagnóstico tardio também aumenta o risco de intervenções cirúrgicas radicais, o que ressalta a urgência de uma abordagem mais atenta e proativa na detecção e tratamento precoce do câncer de pênis.