Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇAO DE NOMOGRAMAS PREDITORES DE ACOMETIMENTO LINFONODAL NO CANCER DE PROSTATA NA REALIDADE BRASILEIRA

Resumo

Introdução: O câncer de próstata - segundo câncer mais prevalente em homens – é diagnosticado sumariamente na forma localizada e não possui exames de imagem acurados para avaliar o risco de disseminação para os linfonodos pélvicos. A realização de linfadenectomia estendida pode trazer benefício de estadiamento oncológico, entretanto, aumenta morbidade relacionada. Para selecionar pacientes, os nomogramas Briganti e MSKCC podem auxiliar no critério de seleção. Ainda não houve validação desses nomogramas na população brasileira.

Objetivo: O objetivo primário deste estudo foi avaliar a correlação entre o risco de disseminação linfonodal definido pelos nomogramas de Briganti e MSKCC e o comprometimento em anátomo-patológico. O objetivo secundário foi avaliar fatores específicos de disseminação linfonodal na ressonância pré-operatória.

Métodos: Foram analisados prontuários de pacientes submetidos a prostatectomia radical entre 2017 e 2023 em uma instituição em São Paulo. Foram calculados nomogramas Briganti 2018 e MSKCC com dados de prontuário e avaliados resultados dos linfonodos em patologia.

Resultados: De 148 pacientes selecionados, 121 possuíam dados de RM pré-operatória, que permitiram análises completas. Com limiar de 5%, O MSKCC não apresentou falso negativos, permitindo não realizar linfadenectomia em 30% dos pacientes. O nomograma de Briganti apresentou 5 e 10% de falsos negativos (limiares 5% e 7%), permitindo não realizar linfadenectomia em 27% e 34% dos pacientes respectivamente. A área abaixo da curva ROC foi similar a outros estudos realizados previamente para validação dos nomogramas em outros países. Não houve correlação entre tamanho linfonodal e acometimento anatomo-patológico. A invasão de vesícula em RM aumentou o risco de acometimento linfonodal em 11x.

Conclusão: O MSKCC foi o melhor preditor de linfonodos metastáticos em prostatectomia radical em nossa população, embora o Briganti 2018 possa ser utilizado em pacientes mesmo quando a biópsia não foi guiada por RM. O encontro de linfonodos suspeitos em ressonância não aumentou risco de metástases linfonodais. A extensão extra prostática ou invasão de vesícula aumentaram consideravelmente o risco para metástase linfonodal. Os nomogramas obtiveram boa correlação entre si.