Dados do Trabalho
Título
OBITOS POR CANCER DE PROSTATA NO BRASIL: UMA ANALISE ETNICA E SOCIAL DA ULTIMA DECADA.
Resumo
INTRODUÇÃO: O câncer de próstata é globalmente prevalente e representa uma parcela relevante no número de óbitos por câncer. Nesse contexto, a posição socioeconômica mais vulnerável está associada a uma maior mortalidade e menor sobrevida em pacientes com câncer de próstata, apesar desse grupo ter uma incidência menor da doença. Ademais, a literatura mundial indica que homens negros têm maior mortalidade por câncer de próstata, o que pode se correlacionar a fatores genéticos dessa população e à disparidade nos benefícios de diferentes grupos raciais/étnicos durante o processo de cuidados. No presente trabalho, avaliamos a relação entre a etnia e a escolaridade com o número de óbitos por câncer de próstata no Brasil. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e com análise quantitativa, cujos dados foram obtidos pelo painel de Mortalidade Geral e de Morbidade Hospitalar do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, no decênio de 2012 a 2022. Os dados coletados são referentes à mortalidade por câncer de próstata no período correspondente, usando as variáveis raça/cor e escolaridade. Foi utilizada estatística descritiva para a análise dos dados coletados e disponíveis em fevereiro de 2024. RESULTADOS: A taxa de mortalidade brasileira por câncer de próstata no período analisado foi cerca de 8,7% maior na população branca quando comparada à população negra. Esses dados apontam para uma direção contrária dos dados encontrados em análises de outras populações, como o Cancer Facts & Figures for African Americans 2019-2021 (2019), que evidenciou uma taxa de mortalidade dos negros não hispânicos 120% maior que a taxa de mortalidade dos brancos não hispânicos nos Estados Unidos, usando como base os dados referentes ao câncer de próstata no período de 2012 a 2016. Quanto ao perfil educacional, é notório que o número de óbitos é indiretamente proporcional à escolaridade, sendo que a população com escolaridade entre zero a três anos somam 45% dos óbitos no período analisado. CONCLUSÃO: É evidente a necessidade de estudos que elucidem os motivos por trás da discrepância das proporções das taxas de mortalidade entre brancos e negros no Brasil, quando comparadas às do resto do mundo. Ademais, a baixa escolaridade é um índice de vulnerabilidade social que corrobora com os dados da literatura, além de evidenciar a necessidade de novas estratégias de rastreio e prevenção que integrem essa camada da população.
Área
Câncer de Próstata Localizado
Instituições
Universidade Estadual do Centro-Oeste - Pernambuco - Brasil, Universidade Metropolitana de Santos - São Paulo - Brasil
Autores
HELOÍSA RODRIGUES MARMÉ, RAFAELA DE ALMEIDA CARDOSO GÓES, LAURA RAFAELA MARQUES, GIOVANNA TARDEM OLIVEIRA, GIOVANNA ADELE SASSI COLOMBO, MATEUS FRANCESCON FERREIRA DE MELLO, MARJORYE GABRIELLE KLEIN OTTONI GUEDES, JULIANA MARIA DE CASTRO