Dados do Trabalho

Título

TRATAMENTO DE TUMORES DE CELULAS LEYDIG: A CIRURGIA CONSERVADORA DE TESTICULO PODE SUBSTITUIR A ORQUIECTOMIA RADICAL?

Resumo

Introdução: Os tumores testiculares ocorrem com baixa frequência em pacientes pediátricos, representando 1–2% das neoplasias sólidas infantis, dentre os tumores testiculares os de células de Leydig representam 5-9%. Apesar da etiologia não estar totalmente elucidada, provavelmente deve-se à proliferação celular decorrente da desregulação do eixo Hipotálamo-Hipófise-Testicular. Os principais sinais da doença são presença de massa testicular e puberdade precoce. Existe uma tendência dos Urologistas em realizarem as cirurgias conservadoras no lugar das radicais, visando uma melhor qualidade de vida e diminuição de efeitos colaterais. Devido ao número de trabalhos a respeito do tema, o tratamento ideal e o desfecho dessa patologia ainda não está definido. Metodologia científica: Foi realizada uma busca na literatura na plataforma Pubmed com os descritores “Leydig Cell Tumor” AND “Testis sparing surgery” e a limitação de pacientes entre 0 a 18 anos. A pesquisa incluiu 12 artigos que abordavam o tema dos anos 2000 a 2023. Resultados: Estudos relataram que os tumores benignos correspondem a aproximadamente 90% dos casos, todavia, a diferenciação entre os tumores de células de Leydig e a hiperplasia de células de leydig depende da análise histopatológica da peça ou em caso de metástases. Nesse sentido, os procedimentos cirúrgicos para remoção dos testículos foram desenvolvidos para tratamento de pacientes com massas testiculares bilaterais ou unilaterais sem diferenciação precoce de malignidade. No entanto, as principais preocupações sobre as cirurgias radicais em pacientes pediátricos se relacionam ao uso prolongado de hormônios para reposição na idade adulta, diminuição da fertilidade bem como preocupações estéticas e psicológicas. A técnica cirúrgica de preservação testicular consiste na biópsia com exame de corte e congelação e análise anatomopatológica durante a cirurgia, com identificação da malignidade e das margens tumorais de modo que tumores com limites evidentes devem ter somente a lesão enucleada e a preservação do órgão. Após a cirurgia, os indivíduos restabeleceram as taxas hormonais padrões e não apresentavam sintomas. Conclusão: A abordagem de preservação testicular para enucleação de tumores de células de Leydig se prova uma boa técnica visando melhorar a qualidade de vida e a autoestima do indivíduo acometido. São necessários, ainda, estudos robustos e longitudinais que acompanhem o desfecho dos casos operados com está técnica.