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Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DO CANCER RENAL NO BRASIL: TENDENCIAS E DESAFIOS SOB A PERSPECTIVA REGIONAL AO LONGO DE UMA DECADA (2013-2023)

Resumo

INTRODUÇÃO
O câncer renal, classificado globalmente como o 14° tipo de câncer mais comum e o 16° em termos de mortalidade, enfrenta uma série de desafios significativos: estratégias de rastreamento pouco eficazes, o que leva a sub-diagnósticos e, consequentemente, dificuldades no acesso ao tratamento adequado. Apesar disso, tem-se observado uma maior taxa de diagnóstico nos últimos anos, o que ressalta a necessidade premente de entender melhor os padrões de incidência e desfechos clínicos associados.
OBJETIVOS
Analisar a distribuição epidemiológica dos casos de câncer renal no Brasil, ao longo de uma década, visando orientar estratégias para melhorar a assistência de saúde em Oncologia.
MATERIAIS E MÉTODOS
Estudo retrospectivo, a partir de dados secundários coletados no DataSUS, referente aos anos de 2013 a 2023. As variáveis analisadas incluíram sexo, faixa etária, número de diagnósticos, região do diagnóstico, modalidade terapêutica, tempo de tratamento, taxa de óbitos e estadiamento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre o período de 2013 e 2023, notificaram-se 30.739 casos de câncer renal.
Quanto ao perfil populacional, percebeu-se maior incidência no sexo masculino (57%) e na faixa etária partir dos 40 anos, quando a incidência de casos dobra. O pico ocorreu entre 60 e 69 anos.
Nas notificações de diagnósticos, a partir de 2017, houve um aumento expressivo (212%), seguido por uma sutil queda (11%) no ano de 2020, sugerindo subnotificação devido a pandemia. Destes, 46% foram realizados na Região Sudeste e apenas 4% na Região Norte. Referente à taxa de óbitos, entre 2013-2022, a região Sudeste liderou a maior taxa de óbito por residência, com 48%.
No estadiamento, 75% dos casos não foram propriamente avaliados, o que pode afetar significativamente o planejamento e o prognóstico do tratamento.
A modalidade terapêutica mais prevalente foi cirurgia (48%), critério que apresentou uma lacuna substancial nas informações (27%). No critério tempo de tratamento, 58% dos pacientes foram tratados até 30 dias após o diagnóstico. Nesse aspecto, 27% dos casos não foram analisados.
CONCLUSÃO
Mesmo com o aumento dos casos, seja pelo número de diagnósticos ou de notificações, há uma quantidade substancial de lacunas no banco analisado. Tal achado reforça a necessidade de estratégias de coleta de dados mais específicas, visando ampliar a compreensão do perfil epidemiológico e instituir tratamentos mais eficazes, garantindo melhores desfechos em pacientes com câncer renal.

Área

Câncer de Rim

Instituições

UNIFACS - Bahia - Brasil

Autores

LUDMILLA FRAGA COUTINHO, ADRIANO BAPTISTA FILHO