Dados do Trabalho

Título

O IMPACTO DA EXPOSIÇAO A POLUENTES E USO DE SUBSTANCIAS NO RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DO CANCER DE TESTICULO: REVISAO DA LITERATURA

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer de testículo é considerado o tipo mais comum de neoplasia identificada em pacientes jovens do sexo masculino, representando 5% dos tumores urológicos. Seu achado é considerado relativamente raro, já que corresponde a 1% das neoplasias encontradas em homens. Apesar disso, a patologia representa um importante problema de saúde pública, já que afeta a função reprodutiva dos homens, causando repercussão negativa na qualidade de vida. São identificados alguns fatores de risco ambientais independentemente associados como criptorquidia, baixo peso ao nascer, parto prematuro e gemelaridade. Apesar da causa não ser completamente conhecida, há uma tendência para analisar com maior profundidade os fatores de risco que incluem condições ambientais e de estilo de vida. Através dessa revisão foram identificados estudos na literatura que apresentam associação do câncer de testículo com a exposição a metais pesados, bisfenol A, campos eletromagnéticos, uso de cannabis e tabagismo. MÉTODO: Estudo de artigos que foram apurados na literatura entre os anos de 2018 e 2023, através das plataformas PubMed e Scielo, onde doze documentos foram selecionados e oito utilizados para realizar uma revisão de literatura. RESULTADOS: De acordo com os estudos, a maioria dos agentes, reconhecidamente capazes de desenvolver um tumor, agem indiretamente através da perturbação dos eixos hormonais que estabelecem o funcionamento dos testículos. Foi encontrada associação importante entre o câncer de testículo e o paciente tabagista, em especial fumante de 12-24 maços/dia. Além disso, o consumo de cannabis configura aumento duplo no risco de desenvolver o tumor quando comparado a pacientes que nunca consumiram. Indivíduos expostos ao bisfenol A e outros compostos utilizados na produção de policloreto de vinila foram situados como grupo de risco aumentado. Em consonância, a exposição a metais pesados e temperaturas extremas conhecidamente alteram a funcionalidade dos testículos, ademais a exposição a pesticidas propicia o desenvolvimento da patologia. Em contrapartida, o risco associado à exposição a campos eletromagnéticos e ondas de radiofrequência ainda é controverso. CONCLUSÃO: Os estudos analisados demonstram a repercussão das condições ambientais quanto ao risco de desenvolver o câncer de testículo. O impacto consecutivo da patologia torna necessário realizar uma avaliação individual dos fatores de risco para determinar acompanhamento e manejo adequado de cada paciente.