Dados do Trabalho
Título
ACHADOS MOLECULARES DA DISGENESIA TESTICULAR DETERMINANTES DO SURGIMENTO E PROGRESSAO DO SEMINOMA CLASSICO.
Resumo
Introdução: A disgenesia testicular consiste no desenvolvimento anormal das gônadas masculinas durante a embriogênese. A etiologia não é clara, mas estão atribuídos como fatores de risco a exposição ambiental, fatores genéticos e de estilo de vida, bem como distúrbios hormonais embrionários. A apresentação clínica é variável, de acordo com o grau de alteração do desenvolvimento do tecido testicular. São exemplos: a microlitíase testicular, o criptorquidismo, desordens do desenvolvimento sexual, infertilidade, hipospadia, entre outros. Acredita-se também que a disgenesia testicular constitui um fator de risco para neoplasias de células germinativas. Os tumores testiculares de células germinativas são a neoplasia maligna mais frequente em homens adultos jovens e o tipo histológico mais comum é o seminoma. Metodologia científica: realizou-se uma revisão sistemática da literatura, onde pesquisou-se em dados de base de artigos publicados onde foram encontrados 82 artigos no período de 2010 a 2023. Foram utilizadas as bases de dados: Scielo, Lilacs, Pub Med e Biblioteca Virtual de Saúde. Foram encontrados 82 artigos até 2023. Destes, 54 foram excluídos por não preencherem os critérios de inclusão. Em seguida, foram selecionados 28 artigos para a leitura completa. Destes, foram selecionados 15 artigos. Resultados: Cerca de 15% dos pacientes com disgenesia testicular desenvolvem neoplasia de células germinativas ao longo da vida. Os seminomas apresentam expressão nuclear positiva para OCT3/4, que é um fator de transcrição. A expressão do OCT3/4 constitui de grande utilidade clínica por ser um considerado como o melhor marcador para seminoma devido à sua grande sensibilidade e alta especificidade. Outro gene envolvido na carcinogênese de tumores gonadais em pacientes com disgenesia testicular é o TSPY, que é um gene expresso em espermatogônias, carcinoma in situ, gonadoblastoma e às vezes no seminoma. Em gônadas disgenéticas, o TSPY rompe a evolução do ciclo celular normal predispondo as hospedeiras a tumorigênese. Contudo, ainda faltam estudos para elucidar a patogênese relacionada ao seminoma. Conclusão: A disgenesia testicular constitui um importante fator de risco para o desenvolvimento do seminoma clássico. Existem diversas teorias sobre a oncogênese do processo. Contudo, são necessários mais estudos para a total elucidação das vias moleculares envolvidas.
Área
Câncer de Testículo e Tumores Raros
Instituições
Hospital Nossa Senhora da Conceição - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
EVA VALADARES SOARES, EDUARDO TOAZA, EDUARDO CAMBRUZZI, LUCIANA PESSINI, ARYELA BERGAMIN SILVERIO DA SILVA, ANA CECILIA DOMINGUES OLIVEIRA