Dados do Trabalho

Título

ANALISE DAS INDICAÇOES DE TERAPIA DE PRIVAÇAO ANDROGENICA COM GOSERRELINA (ZOLADEX®) NO TRATAMENTO DO ADENOCARCINOMA DE PROSTATA NO HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL DE SAO PAULO

Resumo

Introdução: O câncer de próstata é uma das neoplasias mais comuns em homens no mundo. A Terapia de Privação Androgênica (TPA) é uma abordagem fundamental para o tratamento, com várias modalidades disponíveis, tais como os agonistas de Hormônio Liberador de Hormônio Luteinizante (LHRH), como a Goserrelina. O objetivo do seu uso é a castração química, que é atingida classicamente quando a testosterona está abaixo de 50ng/dL. Ela pode provocar um fenômeno chamado de Flare após 2-3 dias da primeira aplicação, que leva ao aumento de LH e FSH, e consequentemente de testosterona, provocando efeitos colaterais que podem ser graves e durar até 1 semana, como retenção urinária, compressão medular e dor óssea. Além disso, ela tem outros efeitos colaterais, como fogachos, fadiga, disfunção erétil e até eventos cardiovasculares. Sendo assim, seu uso deve ser reservado para grupos específicos de pacientes que realmente apresentarão benefício no desfecho oncológico. Com base nisso, o objetivo deste trabalho foi analisar o uso da Goserrelina e suas indicações nos diferentes cenários de câncer de próstata. Metodologia Científica: Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo e em centro único, cujos dados foram coletados de prontuários de pacientes tratados em um hospital terciário de São Paulo em 2022, incluindo idade, PSA inicial, estadiamento clínico, tratamento, PSA doubling-time, entre outros. O análogo de LHRH é aplicado via subcutânea trimestralmente pela equipe de enfermagem dos ambulatórios de Urologia e Oncologia. Levou-se em consideração as recomendações do guideline da EAU de 2023 sobre câncer de próstata como referência para a análise do uso da TPA, tanto em relação aos grupos de risco para quem estava sendo prescrita, quanto à quantidade de doses aplicadas. RESULTADOS: Foram incluídos 93 pacientes, sendo 43 com doença localizada, 21 com recidiva bioquímica e 25 com doença metastática. No geral, foi observado que cerca de 20% dos pacientes estavam recebendo doses de Goserrelina além do recomendado para o tratamento. Além disso, no cenário metastático, foi observado que 60% dos pacientes estavam realizando o tratamento com TPA em monoterapia. CONCLUSÃO: O estudo mostrou que uma proporção considerável de pacientes recebeu Goserrelina além do recomendado para seu grupo de risco, indicando uma possível prescrição excessiva e necessidade de uma avaliação criteriosa antes do tratamento a fim de reduzir os eventos adversos provocados pela TPA.