Dados do Trabalho
Título
ABORDAGEM DO ADENOCARCINOMA DE URACO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Resumo
Introdução: As neoplasias da bexiga ocupam a segunda posição entre os tumores mais comuns no trato geniturinário. O carcinoma urotelial é responsável por aproximadamente 90% dessas ocorrências. Os adenocarcinomas vesicais (primários, originados do úraco e metastáticos), compreendem entre 0,5% a 2% dos tumores malignos da bexiga, sendo o adenocarcinoma de úraco 10% dos adenocarcinomas deste órgão. Apesar de sua baixa incidência, o estudo do adenocarcinoma de úraco é de grande importância devido aos prognósticos desfavoráveis associados, com taxas de sobrevida em 5 anos variando de 6,5% a 55%. Metodologia científica: Pesquisa na base indexadora de dados Pubmed utilizando-se os termos: (urachal adenocarcinoma OR urachal carcinoma) AND (treatment OR therapeutic), e como filtro: free full text. Assim como na base indexadora de dados Scielo com as palavras chave: “Adenocarcinoma de Úraco” AND tratamento. Resultados: O adenocarcinoma de úraco afeta adultos mais jovens, com uma idade média ao diagnóstico de 53 anos. A hematúria é o sintoma mais prevalente, afetando cerca de 80% dos pacientes. Outros sintomas incluem: dor pélvica, sintomas irritativos, massa infraumbilical palpável e infecção urinária. Existem dois principais tipos de estadiamento para o tumor de úraco, o de Sheldon e o de Henly (posteriormente modificado e simplificado pela clínica de Mayo), que predizem mortalidade de câncer específica. Conclusão: O adenocarcinoma de úraco é uma condição rara, muitas vezes diagnosticada tardiamente devido à sua apresentação indolente. A cistectomia parcial laparoscópica emerge como uma alternativa segura e minimamente invasiva em pacientes selecionados. O cumprimento dos princípios cirúrgicos oncológicos, incluindo dissecção pélvica ampliada (com ressecção em bloco do úraco, umbigo, fáscia posterior do músculo reto abdominal, peritônio adjacente e gordura perivesical), é crucial para a cura em casos de adenocarcinoma de úraco localizado. O prognóstico está associado a margem cirúrgica, grau tumoral e status linfonodal. A linfadenectomia pode ter valor prognóstico em casos selecionados, enquanto a terapia adjuvante não demonstrou benefícios significativos na sobrevida. A escassez de estudos dedicados a essa doença na literatura destaca a necessidade de mais pesquisas para aprimorar o diagnóstico precoce e, consequentemente, melhorar o prognóstico desses pacientes.
Área
Câncer de Bexiga
Instituições
Hospital da Baleia - Fundação Benjamin Guimarães - Minas Gerais - Brasil
Autores
MARCELO MIRANDA SALIM, AILTON GOMES FAION, PAULO VINICIUS ALVES LOPES, DIEGO PEREIRA ZILLE, DANIEL BRETAS MARTINS ROSA, THALES FIGUEIREDO DE CARVALHO, ISIS CHAVES FONSECA, RAFAEL STEPHAN FAION, ISADORA STEPHAN FAION, MARIANA MARTINS BENTO MARIA