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Dados do Trabalho


Título

ESTENOSE URETRAL RESULTANTE DO TRATAMENTO RADIOTERAPICO: COMO TRATAR?

Resumo

Introdução: Dado o aumento da sobrevida de pacientes oncológicos, as complicações da radioterapia (RT) estão se tornando um problema clínico cada vez mais relevante. Pacientes tratados com RT pélvica podem apresentar complicações urológicas, como a estenose uretral. Devido à cicatrização tecidual prejudicada pelo tratamento, o seu manejo é um desafio e requer complexas técnicas de reconstrução. Metodologia Científica: Revisão sistemática baseada em levantamento bibliográfico do MEDLINE e Google Scholar. Os descritores usados foram: "radioterapia", "complicações urológicas", "neoplasia pélvica" e "estenose uretral". Já os critérios de inclusão: Artigos publicados no período de 1995 a 2024, em português e inglês relevantes à temática. Os resultados foram suscitados por análise crítica-descritiva. Resultados: A RT gera efeitos colaterais por favorecer erros na replicação do ciclo celular, ademais, danifica a membrana basal dos vasos sanguíneos, propiciando a oclusão, trombose e neovascularização. Ainda, suscita atrofia e contração do tecido devido ao aumento da proliferação de fibroblastos, favorecendo a oclusão do lúmen uretral. Assim, o efeito colateral mais frequente da RT contra o câncer de próstata a longo prazo é a estenose uretral, complicação grave que pode provocar disfunção permanente e danificar o trato urinário superior. O seu manejo é complexo e associado a um alto risco de complicações e recorrências, causado pela cicatrização prejudicada dos tecidos isquêmicos e fibróticos e pela proximidade do esfíncter. Inclui técnicas endoscópicas, cirurgia aberta e procedimentos paliativos. A dilatação uretral endoscópica é o tratamento de primeira linha, mas tem alto risco de recorrência (50%). Já a uretroplastia é o manejo definitivo. A excisão de estenose uretral e a anastomose primária são os tratamentos para estenoses curtas. Enquanto a uretroplastia de substituição com enxerto de tecido ou retalho de pele é o método usado nas longas. Ambos estão associados a um risco de incontinência urinária. Nesse caso, a implantação de esfíncteres artificiais é usada. Os métodos paliativos incluem o desvio urinário continente e incontinente com cistectomia ou cistoprostatectomia. Conclusão: A estenose uretral é uma complicação do tratamento radioterápico. A complexidade do seu manejo decorre da cicatrização prejudicada dos tecidos e da proximidade do esfíncter, estando associado a um alto risco de complicações e recorrência, sendo um desafio para a área urológica.

Área

Complicações do Tratamento Oncológico

Instituições

Hospital de Caridade São Vicente de Paulo - Paraná - Brasil, Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

VICTORIA BEATRIZ PODOLAN SAUKA, TALITA QUEIROZ SCARPARI, AMANDA MAIESKI DA SILVA, CAROLINE STADLER, FERNANDA MASSARO MASSANEIRO, JOÃO PEDRO AZEVEDO SILVEIRA, JOSÉ HENRIQUE CRIVELLI, MARIA LUISA MAFFIOLETTI, PAMELLA DRIES GRUS DE PAULA