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Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇAO, DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DO CANCER PROSTATICO EM MULHERES TRANSGENERO: IMPLICAÇOES PARA TRIAGEM E CUIDADOS CLINICO-CIRURGICOS.

Resumo

Introdução: A incidência do câncer de próstata na população transgênero é de aproximadamente 0,04%. Esse cenário é provavelmente atribuído a realização de orquiectomia bilateral e terapias hormonais com agonistas de hormônio liberador de gonadotrofinas e antagonistas da testosterona, as quais levam a redução dos níveis séricos de androgênios que, por sua vez, são essenciais para o desenvolvimento dessa neoplasia. Entretanto, a existência de casos em mulheres transgênero indica a multifatoriedade, tal como o papel do estrogênio, no processo fisiopatológico. Dessa forma, o objetivo deste estudo é descrever o manejo de pacientes transgênero com câncer de próstata, tendo em vista a relevância do tópico e as particularidades envolvidas. Metodologia Científica: Realizou-se uma revisão integrativa da literatura em fevereiro de 2024, utilizando as bases de dados eletrônicas Biblioteca Virtual de Saúde, Scielo e PubMed e os descritores "Pessoas Transgênero’’ e ‘’Neoplasias da Próstata’’. Os critérios de inclusão foram: artigos originais publicados na íntegra, período de 2014 a 2024 e idiomas Português e Inglês. Ao término da análise, foram selecionados 05 artigos para desenvolver o presente estudo. Resultados: Recomenda-se uma abordagem alinhada aos critérios estabelecidos para homens cisgêneros, porém, considerando as particularidades hormonais e anatômicas dos pacientes transgêneros. Para esta população adota-se 1 ng/ml como limite superior normal do Antígeno Prostático Específico. Ainda, o exame digital retal é apontado como mais sensível que o neovaginal. Em casos suspeitos, está indicada a realização de ressonância magnética multiparamétrica de próstata ou biópsia transperineal, transneovaginal ou guiada por ultrassom transretal. O tratamento, ainda, segue os princípios da abordagem em cisgêneros, porém é essencial considerar a possível dificuldade de irradiação prostática após terapia hormonal, bem como as implicações anatômicas associadas à cirurgia de redesignação sexual, especialmente se for optado pela prostatectomia. Além disso, a radioterapia não está contraindicada, mas uma das suas complicações em pacientes submetidos a vulvovaginoplastia é a alta ocorrência de estenose neovaginal. Conclusão: Destaca-se a necessidade de adaptações no manejo do câncer de próstata para pacientes transgêneros. A personalização dessa abordagem não apenas aprimora a eficácia nos cuidados de saúde, como também demonstra compromisso com a promoção de equidade e inclusão.

Área

Câncer de Próstata Localizado

Instituições

Universidade Metropolitana de Santos - São Paulo - Brasil

Autores

HELOÍSA RODRIGUES MARMÉ, RUBÉN DARÍO SOARES NÚÑEZ, ANDRÉ SEGURA DA MOTTA, ALESSANDRO VENGJER