Dados do Trabalho

Título

RECOMENDAÇOES DE RASTREIO DE CANCER DE PROSTATA PARA MULHERES TRANSGENERO: UMA REVISAO DE 5 ANOS

Resumo

O rastreamento do câncer de próstata (CaP) em mulheres transgênero é uma área de preocupação crescente devido à presença potencial de tecido prostático residual. Esta revisão objetiva fornecer um resumo baseado em evidências das recomendações para o rastreamento do CaP em mulheres trans nos últimos cinco anos.
Realizada uma busca abrangente da literatura científica publicada entre 2016 e 2021. Estudos e diretrizes relevantes foram identificados e revisados, com foco nas recomendações de rastreamento do CaP em mulheres transgênero.
A literatura existente sobre rastreamento de CaP em mulheres transgênero é limitada e as recomendações são baseadas principalmente na opinião de especialistas e na extrapolação de homens cisgênero. O Teste de Antígeno Prostático Específico (PSA) é comumente usado em homens cisgênero para rastreamento de câncer de próstata. No entanto, mulheres transexuais que recebem terapia hormonal de afirmação de gênero podem ter níveis mais baixos de PSA devido à diminuição da atividade do tecido prostático. Assim, confiar apenas nos níveis de PSA pode resultar em falsos negativos. O toque retal (TR) é um componente essencial do rastreamento do câncer de próstata em homens cisgênero. Em mulheres transgênero, o valor do TR é incerto, pois a terapia hormonal pode modificar o tamanho e a consistência da próstata. Muitas diretrizes recomendam uma abordagem individualizada, considerando idade, duração da terapia hormonal e histórico pessoal e familiar de câncer de próstata. A tomada de decisão compartilhada informada é crucial na ausência de diretrizes claras. Os profissionais de saúde devem discutir os potenciais benefícios, limitações e incertezas do rastreamento do CaP com mulheres transgênero.
As recomendações atuais para o rastreamento do CaP em mulheres trans são limitadas devido à falta de pesquisas robustas. No entanto, recomenda-se uma abordagem individualizada. A tomada de decisão compartilhada entre profissionais de saúde e mulheres transexuais é essencial para adaptar estratégias de rastreamento. Esta revisão destaca a necessidade de mais pesquisas para desenvolver diretrizes baseadas em evidências específicas para o rastreamento do câncer de próstata em mulheres transgênero. Estudos futuros devem se concentrar na compreensão do impacto da terapia hormonal na atividade do tecido prostático, explorando a utilidade de modalidades alternativas de rastreamento e investigando a história natural do CaP nessa população.