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Dados do Trabalho


Título

ESTUDO EPIDEMIOLOGICO ACERCA DO PERFIL DOS PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM NEOPLASIA MALIGNA DOS TESTICULOS ENTRE 2018 E 2023 NO BRASIL

Resumo

Introdução: O câncer de testículo é uma rara neoplasia maligna que, apesar de se caracterizar como um quadro de baixo índice de mortalidade, corresponde a cerca de 5% dos tumores urológicos no mundo. Nesse sentido, tem-se o histórico familiar como um dos principais fatores de risco para a predisposição desse câncer. Além disso, o desenvolvimento dessa neoplasia pode ser potencializado por outro fator muito comum: a criptorquidia, a não descida de um dos dois testículos para a bolsa escrotal, a qual pode aumentar em até 50 vezes a probabilidade do desenvolvimento do carcinoma. Quando constatada a presença do tumor, a radioterapia, as orquiectomias radical e parcial, a violação escrotal e a linfadenectomia retroperitoneal são possíveis meios para o tratamento do quadro em questão. Metodologia Científica: O estudo realizado classifica-se como epidemiológico descritivo. Os dados expostos foram coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), mais precisamente na plataforma secundária TABNET. Nesse sentido, as informações obtidas derivam do período de 2018 até 2023, aplicando as seguintes variáveis: diagnóstico detalhado (C62), faixa etária, região de residência e modalidade terapêutica. Resultados: O presente estudo contabilizou 10.727 casos de câncer de testículo no Brasil entre o período de 2018 e 2023. Analisou-se que a faixa etária dos homens com 20 a 44 anos, pertencentes à população economicamente ativa (PEA), é a mais afetada, configurando cerca de 69% (7394/10727) das notificações. Dentre as regiões do país, a Sudeste e a Sul são as mais incidentes com 77% (8287/10727) juntas. Por outro viés, vale ressaltar as modalidades terapêuticas, tendo a cirurgia como o meio mais utilizado de intervenção com 59% (6385/10727), enquanto a quimioterapia e a radioterapia apresentam, respectivamente, 31% (3351/10727) e 0,2% (28/10727). Por fim, os dados sobre aqueles casos que não se tem informações do tratamento preocupam, uma vez que indica 9% (963/10.727), apontando possíveis defasagens na procura e na oferta pelos procedimentos adequados. Conclusão: Em consonância com as informações apresentadas, a alta incidência dessa neoplasia no Brasil, sobretudo nos homens componentes da PEA e, portanto, atuantes ativamente na sociedade, é um indicador de que há lacunas na saúde nacional, principalmente nas regiões Sudeste e Sul, as quais demandam da criação de programas multissetoriais para que se tenha uma plena promoção da saúde no Brasil.

Área

Câncer de Testículo e Tumores Raros

Instituições

Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus Governador Valadares - Minas Gerais - Brasil

Autores

LUCAS FELIPE DE OLIVEIRA SILVA, LAURA ALMEIDA OLIVEIRA