Dados do Trabalho

Título

PERFIL DE RECIDIVA BIOQUIMICA DO CANCER DE PROSTATA NO BRASIL - ANALISE DE MUNDO REAL

Resumo

Cont.: Apesar de altas taxas de controle do câncer de próstata (CP) a longo prazo, entre 27% e 53% dos homens submetidos ao tratamento definitivo desenvolverão recidiva bioquímica (RBQ; Recidiva de PSA exclusiva) em 10 anos. A RBQ está associada com aumento da mortalidade relacionada ao desenvolvimento de metástases à distância. Vários estudos confirmaram que um PSADT curto é um dos fatores prognósticos mais importantes para a progressão da doença em homens com BCR. Este estudo teve como objetivo descrever as características da recorrência do CP após tratamento definitivo em um cenário de vida real brasileiro. Mét.: Foi conduzido estudo retrospectivo, observacional, com revisão de prontuários médicos eletrônicos do Hospital Erasto Gaertner. Pacientes submetidos ao tratamento definitivo para CP (prostatectomia radical ou radioterapia ± hormonioterapia, incluindo braquiterapia, ou ambos, com intenção curativa) entre 01 de janeiro de 2005 e 31 dezembro de 2018, foram selecionados e seus prontuários médicos eletrônicos foram revisados. O objetivo primário é determinar a taxa de RBQ em 5 anos após tratamento definitivo para CP. Objetivos secundários: descrever a proporção de pacientes com CP hormônio sensível não metastático (CPHSnm; RBQ) e hormônio sensível metastático (CPHSm) após progressão do tratamento definitivo; descrever a proporção de RBQ de alto risco (tempo de duplicação de PSA ≤ 9 meses) e de CPHSm de baixo e alto volume, segundo os critérios do estudo CHAARTED. A presença de metástase foi avaliada por exame de imagem convencional ou PET-CT PSMA. Resul.: Para esta análise interina, dados de 118 pacientes foram incluídos. A descrição da população se encontra na Tabela 1. A taxa de recidiva da doença e RBQ em 5 anos foi de 12,7% e 8,5%, respectivamente. Entre todos os pacientes com recidiva, 10 (66,7%) não apresentavam metástases à distância (RBQ) e 5 (33.3%) eram metastáticos (CPHSm); 6 (40%) foram classificados como RBQ de alto risco e 1 (6,7%) como CPHSm de alto volume. Conc.: De acordo com o GLOBOCAN 2020, a prevalência em 5 anos de CP no Brasil é de 149,4 casos a cada 100 mil habitantes. Considerando que 74,4% dessa população recebe tratamento definitivo no Brasil (Nardi AC et al, 2012), 12,7% irão recidivar e 40% destes apresentam RBQ de alto risco em 5 anos, a prevalência estimada de RBQ de alto risco é 5,65 casos a cada 100 mil habitantes em 5 anos, no Brasil.