Dados do Trabalho


Título

MICRORNAS COMO MARCADORES PROGNOSTICOS NO CANCER DE BEXIGA

Resumo

INTRODUÇÃO O câncer de bexiga é a sexta neoplasia maligna mais incidente no mundo. A doença pode ser classificada como carcinoma superficial, com bom prognóstico, ou tumor invasivo com elevada taxa de mortalidade e que apresenta etiologia complexa e multifatorial. Nesse contexto, o estudo de novos biomarcadores prognósticos, como os microRNAs (miRNAs) - moléculas de RNA não codificantes que regulam a expressão gênica - possibilita um avanço na prática clínica e no desenvolvimento de novas terapias antineoplásicas para o câncer de bexiga. OBJETIVO Investigar o papel de miRNAs na carcinogênese, progressão e prognóstico do câncer de bexiga, considerando as implicações clínico-patológicas decorrentes da ação oncogênica ou supressora tumoral dos miRNAs. MÉTODO Revisão integrativa da literatura através de busca com as palavras-chave/operador booleano “bladder cancer” AND “miRNA” na plataforma online MedLine/PubMed, utilizando filtros para ensaios clínicos e ensaios clínicos randomizados publicados entre 01/01/2013 a 30/01/2023, sendo selecionados três, dos oito trabalhos encontrados, após aplicação dos critérios de elegibilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO O trabalho de Khan et al. (2021) investigou a relação entre um painel com catorze miRNAs e a hipóxia no câncer de bexiga músculo invasivo (MIBC) em pacientes submetidos à radioterapia (RT) associada a carbogênio e nicotinamida (CON). Um dos miRNAs analisados foi o miR-210-3p, induzido por hipóxia e que estimula a estabilização do HIF-1α. O estudo de Irlam-Jones et al. (2016) comparou os níveis de expressão do miR-210 com dados para outros marcadores de hipóxia e, quando estratificado de acordo com a expressão mediana do miR-210, houve uma tendência de aumento na expressão do miR-210, prevendo o benefício da RT+CON. Deng et al. (2015) estudou como o polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) rs11671784 G/A afeta e expressão de miR-27a e sua relação com a quimiossensibilidade e mostrou que o alelo G tem efeito positivo sobre a expressão do miR-27a e melhor resposta à quimioterapia, através da inibição de RUNX-1. CONCLUSÃO Os estudos analisados mostram resultados promissores com o emprego de miRNAs para prognóstico do câncer de bexiga. Entretanto, novos trabalhos devem ser desenvolvidos para validação de miRNAs nos diferentes subtipos moleculares e estabelecimento de novos protocolos clínicos para esta neoplasia.

Área

Câncer de bexiga

Instituições

Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

LARISSA RAMOS PORTO, MARIANA SOUSA GOUVEIA, MARIANA GARCIA CANESCHI, REBECA AIKO IKEDA, RENATO DE LIMA ROZENOWICZ, HELOÍSA ROSA