Dados do Trabalho

Título

CANCER DE PROSTATA: UM PERFIL EPIDEMIOLOGICO NO ESTADO DE SAO PAULO NOS ANOS DE 2016 – 2022

Resumo

INTRODUÇÃO: O Câncer de Próstata é o 2º tipo de neoplasia mais diagnosticado entre os homens no Brasil e no mundo, constitui a 2ª causa de morte por câncer na população masculina. Segundo dados americanos, mais de 90% dos casos são diagnosticados após a 5ª década de vida e sua incidência varia de acordo fatores de risco, entre eles a Síndrome Metabólica, Envelhecimento, Obesidade e a Etnia, com os Negros apresentando uma taxa de incidência 73% maior do que os Brancos. Devido ao impacto sanitário e socioeconômico da doença, nosso artigo tem por objetivo atualizar os dados epidemiológicos em nosso cenário.
MÉTODOS: Trata-se de estudo ecológico com abordagem quantitativa, descritivo e de caráter temporal. A partir da base de dados do Sistema Único de Saúde, foram avaliadas as hospitalizações por Câncer de Próstata, no estado de São Paulo, durante o período compreendido entre janeiro de 2016 e novembro de 2022. Foram utilizadas as seguintes variáveis categóricas: números de internações e de óbitos, valores total e médio da internação e taxa de mortalidade de acordo com raça/etnia e faixas etárias pré-estabelecidas.
RESULTADOS: O número bruto de internações por Câncer de Próstata mostrou aumento relevante a partir dos 50 anos de vida, com pico entre 60 e 69 anos (22.356 internações no período analisado). Observou-se que a taxa de mortalidade praticamente dobra a cada década de vida a partir dos 60 anos (5,94 aos 60 – 69 anos vs 12,02 aos 70 – 79 anos vs 24,8 aos > 80 anos) – Tabela 1. Com relação a Etnia, observou-se maior número de internações na população Branca (31.618) seguida da Parda (11.247), entretanto a maior taxa de mortalidade apresentou-se na população Amarela (11,24) – Tabela 2.
CONCLUSÃO: Em consonância com dados da literatura, observou-se uma estreita relação de Câncer de Próstata com Envelhecimento, notando-se um aumento de casos e crescimento exponencial da mortalidade a cada década de vida a partir dos 60 anos. Em contrapartida, no que tange a Etnia, nossa amostra traz um número maior de casos da doença na população Branca, dado que se mostra diverso ao padrão americano em referências recentes, que traz a população Negra com mais incidência desta patologia. Mais estudos são necessários para elucidar se tal panorama se deve a subnotificações, desigualdades socioeconômicas de acesso a saúde ou a particularidades da amostra estudada.