Dados do Trabalho

Título

TEMPO PARA O TRATAMENTO DA NEOPLASIA MALIGNA DE PROSTATA ENTRE AS REGIOES GEOGRAFICAS DO BRASIL

Resumo

Introdução: O tempo para o início do tratamento da neoplasia de próstata tem influência direta nos custos totais ao final do processo, tanto pessoais, quanto do serviço público, devido à progressão local oriundo da inexistência de tratamento prévio. Fatores como idade, raça e escolaridade são determinantes para o atraso ou não início do tratamento, com influência variável de acordo com a região observada. Objetivo: Analisar o tempo para o tratamento de neoplasia maligna de próstata no Brasil e suas regiões geográficas no período de 2018 a 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, de base de dados secundária, por meio da coleta de dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), com as variáveis de ano e região do diagnóstico, no período de 2018 a 2022 no Brasil. Os dados foram coletados em Fevereiro/2023 e analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: No Brasil, a variável “sem informação do tratamento” obteve maioria em todas as regiões geográficas, equivalente a 28,36% (47.340) do total (166.871). Na análise por região, a Sudeste se destaca pela liderança isolada dos casos com tempo para o tratamento informados (51,73% - 61.844), na outra ponta, a região Norte registrou apenas 4.118 (3,44%) casos nesse mesmo parâmetro, uma diferença de 93,34%. Não obstante, o tempo para o tratamento “mesmo dia (0 dia)” foi o mais frequente na região Sudeste para os casos com informação de tratamento (27,5% - 17.011), enquanto na região Norte o período de 121 a 300 dias é o mais presente (77,67% - 1.089). Conclusão: Percebe-se que as diferenças entre as regiões, em especial a Sudeste e a Norte, perpassam desde o número de registro de casos, até o discrepante tempo para o tratamento da neoplasia da próstata. Esse quadro pode ser justificado, além do tamanho populacional, pela desigualdade social, acesso precário à saúde e diferença entre investimentos governamentais nas regiões. A mudança desse cenário será possível não apenas com investimentos em saúde pública, mas também com educação em saúde, fortalecimento de ações para diagnóstico e tratamento precoce para combater os sub-registros.