Dados do Trabalho
Título
Sugestões de protocolos de substituição mundial e no Brasil durante a escassez de onco-BCG para câncer de bexiga alto risco não músculo-invasivo
Resumo
Introdução: O tipo mais prevalente de neoplasia vesical são os carcinomas uroteliais de bexiga não músculo-invasivo. O diagnóstico e tratamento preconizado nos casos de tumores de alto risco de recorrência e progressão é a ressecção transuretral seguida de indução e manutenção de terapia intravesical com Bacillus Calmette-Guérin (BCG), que induz imunomodulação. Nos últimos anos, o mundo tem sofrido com a escassez da BCG em decorrência de problemas de fabricação, impactando diretamente no tratamento dos pacientes. Objetivo: Entender a origem da escassez da BCG e sugerir protocolos de substituição de instituições internacionais e nacionais para o tratamento desse câncer. Método: Revisão não-sistemática de literatura dos últimos 5 anos através da base de dados PubMed, utilizando os descritores “BCG” “SHORTAGE” “UROTELIAL” e “BLADDER CANCER” e guidelines da American Urology Association, European Urology Association e National Comprehensive Cancer Network. Resultados: A Sanofi possuía a maior participação de mercado de produção de BCG até 2016, sendo substituída pela empresa americana Merck & Co., em virtude de problemas com contaminações. Entretanto, por ser a única fabricante e fornecedora dos Estados Unidos e outros países, sua produção não consegue suprir a demanda mundial. Além disso, há fatores limitantes durante a produção, como a replicação lenta da bactéria, equipamentos caros e contaminação do processo. Devido a essa escassez, outros tipos de quimioterapia intravesical estão sendo usados em pacientes de risco intermediário e alto, como a gencitabina e a mitomicina C. Outras recomendações incluem a redução para metade ou ⅓ da dose por aplicação de BCG e redução da fase de manutenção de 3 anos para 1 ano, a fim de disponibilizar que mais pacientes recebam a BCG mesmo em doses menores. Nos pacientes de alto risco e com lesões recorrentes, outra opção a ser discutida com o paciente inclui a cistectomia radical, apesar de representar um tratamento mais invasivo. Conclusão: Os protocolos de substituição sugerem redução do tempo de indução, tempo de manutenção e redução de dose por aplicação de BCG como alternativa para abranger mais pacientes. A gencitabina pode ser alternativa à falta completa de BCG no Brasil e a mitomicina C à nível internacional.
Área
Câncer de bexiga
Instituições
Universidade Cidade de São Paulo - São Paulo - Brasil, Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina - São Paulo - Brasil
Autores
ALEX MOTA CAVALCANTE, RAPHAELA COLHADO CRUZ, RENATA DE CASTRO GONÇALVES, FERNANDA MONTEIRO ORELLANA , STENIO DE CASSIO ZEQUI