Dados do Trabalho

Título

PERFIL CLINICO-EPIDEMIOLOGICO DOS PACIENTES SUBMETIDOS A PROSTATECTOMIA RADICAL CONVENCIONAL COM DOENÇA LOCALIZADA EM UM HOSPITAL-ESCOLA NO ESTADO DE SAO PAULO

Resumo

O câncer de próstata, considerando apenas o sexo masculino, é o mais diagnosticado em todo o mundo, sendo um tema de interesse em saúde pública e uro-oncologia. A apresentação clínica é variada, desde pacientes com doenças localizadas a doenças metastáticas. As possibilidades terapêuticas são diversas e devem ser seguidas conforme grau da doença e desejo do paciente. Vale ressaltar que as diferentes opções apresentam benefícios, no entanto, estão sujeitas a efeitos colaterais.
Avaliou-se e descreveu-se dados clínico-epidemiológicos e a mortalidade global de 187 pacientes submetidos a prostatectomia radical em um hospital escola terciário entre janeiro de 2018 a julho de 2019 com um seguimento de 5 anos.
Entre os 187 pacientes avaliados, a mediana de idade no diagnóstico foi de 64 anos (58-68), sendo 150 pacientes brancos (80%) e 21 pacientes pretos (11,2%). A mediana de tempo entre a primeira consulta e a cirurgia foi de 97 (71-136) dias. Apresentaram ao diagnóstico, uma mediana do valor de Antígeno Prostático Específico de 6,7 (4,9-9,9). Ao diagnóstico, 67 pacientes (35,8%) possuíam uma doença de baixo risco, 80 pacientes (42,8%), de risco intermediário e 38 pacientes (20,3%) de alto risco. Verificou-se após tratamento que 4 pacientes (2,1%) mantiveram estratificação de risco baixa, 18 pacientes (9,6%) foram estratificados como risco intermediário, 120 pacientes (64,2%), como alto risco e 45 pacientes (24,1%) estratificados com doença localmente avançada. Entre todos os pacientes, 57 pacientes (30,48%) apresentaram recidiva bioquímica, com uma mediana de tempo de 403 dias (255-695). Do total de pacientes, 112 pacientes (59,9%) apresentaram disfunção erétil e 103 pacientes (55,1%) apresentaram incontinência urinária. A mediana de seguimento foi 1458 (1231-1707) dias, com uma mortalidade global de 6 pacientes (3,2%).
Conclui-se que a maioria dos pacientes possuem doença de risco intermediário ao diagnóstico e alto risco pós-tratamento. A mediana para recidiva foi de 403 dias, sendo que 30,48% dos pacientes apresentaram recidiva bioquímica. Apesar da taxa de recidiva ser de 30%, durante o seguimento com mediana de 1458 dias, apenas 3,2% dos pacientes evoluíram para óbito.