Dados do Trabalho

Título

COMPARAÇAO DO PERFIL CLINICO-EPIDEMIOLOGICO DOS PACIENTES SUBMETIDOS A PROSTATECTOMIA RADICAL CONVENCIONAL COM RECIDIVA E SEM RECIDIVA EM UM HOSPITAL-ESCOLA NO ESTADO DE SAO PAULO

Resumo

O câncer de próstata, considerando apenas o sexo masculino, é o mais diagnosticado em todo o mundo, sendo um tema de interesse em saúde pública e uro-oncologia. A apresentação clínica é variada. As possibilidades terapêuticas são diversas e devem ser seguidas conforme o estadiamento da doença e desejo do paciente.
Avaliou-se o prontuário de 187 pacientes submetidos a prostatectomia radical em um hospital escola terciário entre janeiro de 2018 a julho de 2019, dividindo-os em um grupo que apresentou recidiva bioquímica e um, sem recidiva bioquímica com seguimento de 5 anos.
Dos 187 pacientes avaliados 57 pacientes (30,48%) apresentaram recidiva bioquímica. No grupo que não apresentou recidiva, 59 pacientes (45,7%) tinham Gleason 3+3/6 na biópsia, enquanto no outro grupo eram 15 pacientes (26,3%), com p=0,013, 35 pacientes (27,1%) do grupo sem recidiva apresentaram Gleason 3+4/7, já entre o grupo com recidiva, 24 pacientes (42,1%), p=0,043.Em relação ao Antígeno Prostático Específico, a média dos pacientes sem recidiva encontrada foi 6,9 (0,62-34,5), enquanto no outro grupo foi de 10,18 (2,48-86,2), p<0,005. Dos pacientes que apresentaram recidiva bioquímica, apenas 14 (24,6%) eram estratificados como baixo risco ao diagnóstico, enquanto no outro grupo 52 (40,3%), com p<0,05. No grupo de recidiva, apenas 4 pacientes (7%) apresentaram Gleason na peça cirúrgica 3+3/6, enquanto no grupo sem recidiva, 32 pacientes (24,8%), p= 0,005. Verificou-se que 10 pacientes (17,5%) do grupo com recidiva apresentaram Gleason na peça cirúrgica de 4+5/9, enquanto no outro grupo apenas 8 pacientes (6,2%), p = 0,016. Em relação a estratificação de risco após o tratamento, apenas o risco alto + localmente avançado apresentou significância estatística, sendo 22 pacientes (38,6%) do grupo com recidiva e 23 pacientes (17,8%) do grupo sem recidiva, p=0,002. Não houve diferença estatística significativa entre os grupos em relação a efeitos colaterais do tratamento. No grupo sem recidiva, 3 pacientes (2,3%) evoluíram para óbito, contra 2 pacientes (3,5%) do grupo com recidiva, p=0,643.
Em relação à mortalidade global nesta amostra não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos, no intervalo de seguimento do estudo, mostrando que apesar da progressão de doença, não há impacto na mortalidade.