Dados do Trabalho

Título

ANALISE EPIDEMIOLOGICA DO CANCER RENAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL, ENTRE 2016 E 2021

Resumo

Os carcinomas de células renais constituem mais de 80% dos tumores primários que acometem os rins, sendo o órgão classificado como o sétimo local mais comum para o desenvolvimento de tumores, cujos fatores de risco incluem tabagismo e obesidade. Contudo, o diagnóstico nem sempre é feito respeitando-se a janela terapêutica, de modo que conhecer a epidemiologia dessa neoplasia propicia o diagnóstico precoce e a prescrição de tratamento em tempo hábil, favorecendo o prognóstico dos pacientes. Nesse sentido, este artigo objetiva descrever o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com câncer renal em Pernambuco, no período de 2016 a 2021. Para isso, coletaram-se dados secundários no TABNET DATASUS, entre 2016 e 2021, envolvendo as variáveis faixa etária, sexo, estadiamento e tratamento e realizou-se um estudo transversal, descritivo, retrospectivo, sobre o câncer de rim, excluindo-se o câncer de pelve renal. Nesse cenário, registraram-se 493 casos de câncer renal no estado, cuja incidência foi maior no sexo masculino (55%) . Os idosos foram os mais acometidos (41%). Além disso, houve uma redução de aproximadamente 20% dos casos diagnosticados em 2021, quando comparado com o ano anterior. Quanto à modalidade terapêutica, a cirurgia foi a mais comum (38%). O tempo para iniciar o tratamento, entre 2016 e 2020, apresentou aumento de quase 10% no número de tratamentos iniciados em até 30 dias desde o diagnóstico, havendo discreto acréscimo de 3% entre 2020 e 2021. Porém, a coleta de informações mostrou-se prejudicada entre 2016 e 2021, pois ocorreu crescimento de 95% na quantidade de casos sem informações. Assim, apesar do estudo não indicar um aumento expressivo no atraso para o início do tratamento, houve uma importante redução de 20% em novos diagnósticos em 2021, indicando subnotificação, potencialmente perdendo a oportunidade de tratar pacientes com doenças em estágios iniciais. Desse modo, é de suma importância que a quantidade de casos sem informação seja amplamente reduzida, no intuito de traçar um perfil epidemiológico mais acurado sobre esse câncer. Portanto, devem ser adotadas estratégias de coleta de dados mais específicas para garantir o acesso a informações mais rigorosas sobre o tema, auxiliando no estabelecimento de políticas públicas voltadas ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado desses pacientes, prevenindo desfechos desfavoráveis.