Dados do Trabalho
Título
ANALISE EPIDEMIOLOGICA DO CANCER DE BEXIGA NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL, ENTRE 2016 E 2021
Resumo
A neoplasia de bexiga é a nona mais frequente do mundo, possuindo incidência e letalidade elevadas. Apesar disso, o diagnóstico nem sempre é feito dentro da janela terapêutica, advindo piores desfechos. Ante o exposto, conhecer o perfil epidemiológico deste agravo pode contribuir para o melhor entendimento da doença e alertar sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce. Logo, este trabalho teve por objetivo descrever o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com câncer de bexiga em Pernambuco, no período de 2016 a 2021. Foi conduzido um estudo transversal retrospectivo, descritivo, com coleta de dados secundários no TABNET DATASUS , abrangendo as variáveis de modalidade terapêutica, diagnóstico detalhado, faixa etária, tempo para tratamento e sexo, no período de 2016 a 2021. Foram registrados 988 casos analíticos de câncer de bexiga, com maior incidência no ano de 2019 (24%). Vale ressaltar, no entanto, que sucedeu uma redução de 30% no número de diagnósticos no ano seguinte (2020). Em relação ao perfil dos pacientes, verificou-se expressiva predominância de homens (68%). A faixa etária mais acometida foi a de 65 a 69 anos (17%), sendo que 77% dos diagnósticos foram feitos em pacientes com idade igual ou superior a 60 anos. A modalidade terapêutica mais comum foi a cirurgia (51%), seguida por quimioterapia (30%). A maior parte dos pacientes (56%) foi tratada em até 30 dias. No entanto, em 2021, houve um importante aumento no número de pacientes cujo tratamento iniciou-se após mais de 60 dias da data do diagnóstico, superando em 60% o valor registrado no ano anterior (2020). O trabalho sugere que a pandemia do COVID-19 causou notáveis impactos no tratamento do câncer de bexiga, conforme evidenciado pela redução no número de diagnósticos, indicando subnotificação, aliado ao crescimento no número de pacientes cujo tratamento foi atrasado, potencialmente agravando a patologia. Evidenciou-se, ainda, que o sexo masculino e a população idosa são os mais afetados. Assim, urge a necessidade de políticas públicas em ações preventivas de controle e tratamento do câncer, a fim de manejar o atual panorama desfavorável.
Área
Câncer de bexiga
Instituições
UFLA - Minas Gerais - Brasil
Autores
JOAO PEDRO DE SA PEREIRA, JOZIANA MUNIZ DE PAIVA BARÇANTE, JOSE CHEREM, JOYCE NOBRE TAVARES, PORFIRIO FERNANDES MEDEIROS JUNIOR