Dados do Trabalho
Título
RADIOTERAPIA VERSUS PROSTATECTOMIA RADICAL NO TRATAMENTO DO CANCER DE PROSTATA DE BAIXO GRAU: REVISAO DE LITERATURA
Resumo
INTRODUÇÃO: O câncer de próstata apresenta-se como baixo risco quando classificado no estádio tumoral ≤ T2a, escore de Gleason grau I (≤ 6) e PSA total ≤ 10 ng/ml. A escolha entre a radioterapia ou a prostatectomia em doença de baixo grau depende dos benefícios, riscos e preferências do paciente. OBJETIVO: Analisar as diferenças entre a radioterapia e a prostatectomia radical no tratamento do câncer de próstata de baixo risco. MÉTODOS: Realizado uma revisão de literatura, por meio de um levantamento de dados internacionais e nacionais do PubMed, MEDLINE e SciELO, publicados no período de 2011 à 2021, que incluíam estudos avaliativos da radioterapia e da prostatectomia radical no tratamento do câncer de próstata de baixo risco. Foram inclusos: metanálises, revisões sistemáticas e estudos de coortes. Os descritores de busca utilizados: câncer de próstata, prostatectomia radical e radioterapia. RESULTADOS: No total quinze artigos foram avaliados no estudo. O custo-benefício, riscos e preferências do paciente são considerações no tratamento do câncer de próstata de baixo risco, tendo em vista complicações inerentes ao tratamento. Quando comparado o tratamento com prostatectomia radical à radioterapia, a prostatectomia radical possui maior risco nos primeiros 2 anos de incontinência urinária (RR = 6,5; IC 95%; 1,84-21,36), disfunção erétil (RR = 3,89; IC 95%; 1,67-8,82), obstrução do trato urinário baixo (RR = 4,2; IC 95%; 0,92-9,16), porém menor risco de urgência miccional (RR = 7,2; IC 95%; 2,59-11,92). Entretanto, a radioterapia apresentou piores resultados com complicações a longo prazo, após 5 anos houve aumento da necessidade de exames invasivos, cirurgias urológicas e colorretais, e recorrência neoplásica. Em comparação a prostatectomia radical apresentou menores custos (procedimento, acompanhamento, exames complementares, internações e emergências). Já a braquiterapia e a radioterapia externa, têm maiores custos inerentes ao procedimento, além de maiores taxas de complicações pós-procedimento após os primeiros 5 anos, com maior necessidade de intervenção (internações hospitalares, intervenção urológica, anorretal e recidiva tumoral). CONCLUSÃO: De forma geral, a radioterapia parece ocasionar maiores efeitos colaterais, não podendo inferir superioridade sobre a prostatectomia radical. Dessa forma a escolha deve ser individualizada levando em consideração a disponibilidade terapêutica, risco-benefício e escolha do paciente.
Palavras Chave
câncer de próstata; prostatectomia radical; radioterapia
Área
Câncer de Próstata Localizado
Instituições
Universidade do Oeste de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil
Autores
JACKSON RIBEIRO FERNANDES, JAMILE ROSSET MOCELLIN, ANTONIO EUCLIDES PEREIRA DE SOUZA JUNIOR