Dados do Trabalho

Título

Internações hospitalares por neoplasia maligna da próstata na Bahia e no Brasil: uma análise quantitativa dos últimos 10 anos.

Resumo

Introdução: A neoplasia maligna da próstata (NMP) é o segundo câncer mais comum em homens, 75% dos casos acontece naqueles com 65 anos ou mais, e é a segunda causa de óbitos oncológicos neste sexo. Devido ao rastreio, a maioria dos pacientes são diagnosticados na fase assintomática, e clinicamente se manifesta com sintomas de obstrução urinária. A maioria possui crescimento lento, e leva cerca de 15 anos para alcançar 1cm³, mas pode ser agressivo, portanto, seu manejo deve ser individualizado. Objetivo: Caracterizar internações hospitalares por NMP na Bahia, entre os anos de 2011 e 2020, através da lista de morbidade do CID-10 (C61) e contrastar com os dados nacionais, correlacionando com caráter de atendimento, taxa de mortalidade e valor médio/total por internações. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico descritivo, retrospectivo e quantitativo em que os dados coletados no Sistema de Informação Hospitalares do sistema único de saúde (SHI-SUS) foram ordenados em gráficos e tabelas através do Microsoft Excel 2016. Resultados: No período analisado, a Bahia foi responsável por 24.414 das 290.040 internações no país, sendo o caráter eletivo o mais prevalente, com 66,27% e 55,13%, na Bahia e no Brasil, respectivamente. A taxa de mortalidade no caráter de urgência, na Bahia, foi 14% maior que no cenário nacional, e, no mesmo período, a taxa de mortalidade no caráter eletivo foi cerca de 2,5 vezes maior no Brasil (2,07%) do que na Bahia (1,06%). Entre 2011 e 2020, o valor médio gasto no Brasil, no caráter de urgência, correspondeu a 84% do valor médio gasto na Bahia, já no caráter eletivo, o valor médio gasto no país foi 63,58% do que foi gasto na unidade federativa. Conclusão: Conclui-se que os pacientes portadores de NMP são mais atendidos no caráter eletivo do que no de urgência, especialmente na Bahia. Porém, mesmo o estado atendendo menos pacientes de urgência, a mortalidade foi significativamente maior do que a apresentada no contexto nacional. Soma-se a isso, o dado de que a Bahia gastou 16% mais nessa modalidade de atendimento, indicando uma possível deficiência do sistema de saúde baiano em diagnosticar, rastrear ou tratar precocemente estes pacientes, diminuindo a gravidade dos casos que demandam esse tipo de atendimento, ou ainda um déficit no serviço hospitalar em lidar com os pacientes uro-oncológicos no estado. Em vista disso, faz-se necessário mais estudos para identificação e melhoria do atendimento e cuidado dos pacientes com NMP na Bahia.

Palavras Chave

Neoplasia, próstata, saúde pública.