Dados do Trabalho
Título
TRANSFERÊNCIA DE ÁREA DA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS- ANESTÉSICA: UM DESAFIO PARA A GESTÃO
Introdução
A Sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) caracteriza-se por ser um ambiente onde ocorre o atendimento ao paciente no pós-operatório imediato, que compreende ao período desde a saída da sala operatória até a recuperação da consciência, a eliminação de anestésicos e a estabilização dos sinais vitais. Por essa razão, é um setor cuja finalidade é avaliar os pacientes no pós-operatório, com ênfase na previsão e prevenção de complicações decorrentes de anestesia ou procedimento cirúrgico1. A área física destinada a esse setor deve estar de acordo com a RDC 50 e atender as necessidades impostas pelas características do Bloco Cirúrgico ao qual está vinculada2. Para tanto, a organização do setor compreende do enfermeiro a mobilização de competências assistenciais, gerenciais e de ensino junto à equipe de enfermagem e demais setores da instituição para a gestão da transição de forma segura e qualificada considerando a experiência perioperatória do paciente.
Objetivo
Relatar a experiência de transferência de área física estrutural de uma SRPA em um hospital de grande porte de caráter terciário no sul do Brasil.
Método
Relato da experiência de um grupo de enfermeiros que atuam em uma SRPA durante o primeiro semestre de 2023, na transferência de uma unidade com 29 leitos para nova área física, com capacidade para até 112 leitos.
Discussão e Conclusões
Para a transferência de local da SRPA em uma instituição pública, de nível terciário e grande porte, foi necessário planejamento dos processos de trabalho nessa unidade, incluindo o dimensionamento de recursos materiais, equipamentos e quadro de pessoal. A definição dos insumos necessários exigiu diversas visitas à área de realocação contando com a participação da equipe da SRPA e profissionais de diversas áreas de apoio a fim de construir um adequado levantamento das necessidades do novo local de recuperação. Tal condição foi primordial para o gerenciamento dos recursos disponíveis, ao otimizar os equipamentos, além de buscar aquisição de novos materiais para aprimorar as ações ofertadas no atendimento do paciente no pós-operatório imediato. Para a fase de mudança um grande desafio foi à gestão do quadro de pessoal, situação em que a equipe foi escalonada para organizar o transporte de materiais e pacientes da área antiga para área nova, além de atuar assistencialmente em um área temporária para recuperação de pacientes cirúrgicos em caráter de urgência por período pré-determinado. A principal meta foi garantir um quantitativo de profissionais habilitados para desenvolver as atividades de organização do setor, sem contudo deixar de atender demandas cirúrgicas de urgência e emergência. Frente a isso, a gestão de pessoal demandou distribuir os profissionais de enfermagem em duas equipes de trabalho nos diferentes turnos de atuação entre os dois espaços temporários de trabalho.
Conclusões
A organização para transferência de uma área com grande complexidade estrutural e de processos exige planejamento, incansáveis avaliações da área e participação dos profissionais que atuam no setor, bem como, envolvimento da equipe multiprofissional e das áreas de apoio. Portanto, faz-se necessário que as equipes de saúde que atuam no setor desenvolvam processos pautados na resiliência para suportar possíveis reestruturações necessárias sem prejudicar a capacidade operacional instalada, a qualidade e a segurança do trabalho desenvolvido.
Palavras-chaves
Sala de recuperação; Enfermagem em pós-anestésico; Gestão em saúde.
Referências
1 Moraes LO, Peniche ACG. Assistência de enfermagem no período de recuperação anestésica: revisão de literatura. Rev Esc Enferm USP. 2003;37(4):34-42. https://doi.org/10.1590/S0080-62342003000400004 Portuguese.
2 Brasil. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o regulamento para o planejamento, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde [internet]. Diário Oficial da União; Brasília; 2002. [acesso em 2023 ago 05] Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/res0050_21_02_2002.html.
Área
Recuperação Pós-Anestésica
Categoria
Enfoque na prática
Autores
Katia Bottega Moraes, Fabiana Zerbieri Martins, André Teixeira da Silva, Mariete Dalmoro, Ana Karina Silva da Rocha Tanaka