Dados do Trabalho


Título

Fluxo de programação cirúrgica no hospital dia: como deve ser?

Introdução

O Conselho Federal de Medicina (CFM) classifica o centro cirúrgico ambulatorial como unidade tipo IV, anexada a um hospital e que realiza procedimentos clínico-cirúrgicos com internação de curta permanência 1. Nessa unidade, o fluxo de agendamento cirúrgico é uma medida de planejamento, que visa ordenar de maneira segura e confortável, a execução de um procedimento programado 2,3. Por isso, o CFM estabelece critérios de seleção de paciente e procedimentos cirúrgicos com internação de curta permanência, a exemplo os pacientes classificados nas categorias ASA I e ASA II, segundo classificação da American Society of Anesthesiologists (ASA), pacientes cuja extensão e localização do procedimento a ser realizado permitem tratamento de curta permanência e quando não há necessidade de procedimentos especializados no pós-operatório1,3.

Objetivo

Descrever como foi realizado o fluxo de programação cirúrgico no hospital dia.

Método

Estudo descritivo, tipo relato de experiência, desenvolvido em um hospital filantrópico, geral e de grande porte, no mês abril de 2023, tomando como referência experiência vivenciada pela enfermeira coordenadora do centro cirúrgico do hospital dia no acompanhamento do fluxo diário de procedimentos.

Discussão e Conclusões

O fluxo de programação cirúrgica no hospital dia ocorre em quatro momentos distintos. A princípio, o cirurgião encaminha a solicitação do procedimento cirúrgico para a unidade de pré-internamento do hospital. No segundo momento, ainda nesse setor, é solicitado autorização do procedimento cirúrgico a operadora do plano de saúde do paciente. No terceiro momento, após autorização da cirurgia pelo plano de saúde, a unidade de pré-internamento realiza o agendamento da consulta pré-anestésica do paciente. Durante a consulta, o anestesiologista realiza avaliação do paciente com base nos critérios do índice de gravidade do paciente, classificação de estado físico ASA, porte cirúrgico do procedimento, necessidade de pós-operatório em unidade de terapia intensiva e necessidade do uso de hemocomponentes. Após avaliação, o anestesiologista determina se o paciente possui perfil para ser operado no centro cirúrgico do hospital dia. No quarto e último momento, após o anestesiologista classificar o paciente como elegível para realizar cirurgia no hospital dia, o procedimento é agendado pela unidade de pré-internamento da instituição hospitalar.

Conclusões

O centro cirúrgico ambulatorial do hospital dia possui perfil específico de paciente e procedimentos cirúrgicos. Por esse motivo, o fluxo de agendamento cirúrgico dessa unidade deve ser realizado levando em consideração os critérios de seleção de pacientes e procedimentos. Dessa forma, os pacientes poderão ser atendidos com segurança por toda equipe multiprofissional durante os processos anestésico e cirúrgico.

Palavras-chaves

Centro cirúrgico, Cirurgia ambulatorial e Hospital dia.

Referências

1. Conselho Federal de Medicina. Resolução nº 1.886/2008. Dispõe sobre as Normas Mínimas para o Funcionamento de consultórios médicos e dos complexos cirúrgicos para procedimentos com internação de curta permanência e Revoga a Resolução CFM nº 1409/1994. Brasília, DF 13 de novembro.2008. Seção 1, p. 271.{Acesso em 01 de mai de 2023}.Disponível em https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2008/1886.

2. Associação Brasileira de enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC). Diretrizes de práticas em enfermagem cirúrgica e processamento de produtos para saúde. 8. ed. Barueri: Manole, 2021.

3. R Carvalho, ERF Bianchi. Enfermagem em Centro Cirúrgico e Recuperação Anestésica. 2. Ed. Barueri: Manole, 2016.


Área

Segurança do paciente

Categoria

Enfoque na prática

Autores

Iana Patrícia Rodrigues de Melo Bomfim