Dados do Trabalho

Título

Relato de experiência: atuação de um enfermeiro residente do Controle de Infecções no centro cirúrgico

Introdução

Cerca de 15% do total de infecções relacionadas a assistência à saúde no Brasil é decorrente de procedimentos realizados no Centro Cirúrgico (CC), sendo a Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) o terceiro agravo mais frequente nas instituições hospitalares e é umas das piores complicações das cirurgias. Os fatores de risco que contribuem para essas infecções são: Antibioticoprofilaxia inadequada, condições clínicas do paciente e habilidade da técnica operatória.¹ Este foi um dos fatores que justificaram a inserção do enfermeiro Residente do Programa de Controle de Infecção e Vigilância em Saúde na Unidade de centro cirúrgico.

Objetivo

Relatar a experiência de um enfermeiro Residente do Programa de Controle de Infecção e Vigilância em Saúde in loco no Centro Cirúrgico.

Método

Experiência ocorrida nos meses de março e abril de 2023, no Centro Cirúrgico de um hospital público de ensino localizado na região Oeste do Paraná. O referido programa de Residência tem duração de dois anos e admite seis residentes anualmente. O Programa é estruturado para que os Residentes permaneçam dois meses de treinamento em serviço em seis setores específicos do hospital. Apesar de estar consolidado há mais de 06 anos, esta foi a primeira vez que o CC foi campo de treinamento em serviço do referido programa. O estudo tem aprovação do comitê de ética em pesquisa n• CAAE: 50066815.8.0000.0107, parecer 4.724. 388 de 20 de maio de 2021.

Discussão e Conclusões

A experiência foi pioneira na instituição demonstrando a importância da atuação do profissional vinculado ao Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) diretamente no CC. A primeira etapa do treinamento em serviço foi composta por um período observacional das rotinas, fluxos e atuação da equipe multidisciplinar no ambiente cirúrgico. Na segunda etapa foi realizado o diagnóstico dos pontos a serem corrigidos e na etapa final foram efetivadas as ações preventivas e corretivas dos problemas identificados. As adequações realizadas englobaram a correta destinação do lixo e do enxoval de tecido utilizado, bem como a frequência da recolha no setor. Outra mudança importante incorporada foi a substituição dos circuitos dos ventiladores mecânicos a cada paciente, ficando o hospital responsável pela aquisição de novos circuitos. Além dessas atividades, outras tantas também foram realizadas com êxito, tais como: atualização e elaboração de novos Procedimentos Operacionais Padrão (POP’s) relacionados ao controle de infecções; aplicação de instrumento de observação da higiene das mãos; implementação da dupla checagem na administração de hemocomponentes; e orientação da equipe de apoio quanto aos procedimentos corretos de limpeza do ambiente. Importante destacar que a estreita relação estabelecida com a coordenação de enfermagem do CC foi fundamental para os resultados obtidos.

Conclusões

São inúmeros os pontos de atuação do Enfermeiro do SCIH in loco no CC, pois mesmo com uma equipe multidisciplinar experiente trabalhando no setor e de uma SCIH atuante, muitos pontos corrigidos só puderam ser observados por meio da atuação direta do referido profissional dentro do CC. A equipe do setor expressou satisfação em poder sanar suas dúvidas relativas ao controle de infecção de forma rápida e efetiva. É possível dizer que as atividades desempenhadas e as mudanças realizadas foram significativas no processo de controle de infecções.

Palavras-chaves

Infecção da Ferida Cirúrgica; Infecção Hospitalar.

Referências

1.Silva, CS; Silva, TC; Paula, RAB. Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde no Sítio Cirúrgico e os Desafios para a Enfermagem. Rev. Eletrônica Acadêmica da Fals. Ed. 24 Junho 2019 - ISSN 1982-646X. Disponível em: http://www.fals.com.br/revela/revela028/edicoesanteriores/ed24/ed_24_01.pdf